Gestoras de Mulheres do NE propõem participação na transição 

Representantes dos nove estados nordestinos destacam papel da região nas eleições e defendem inclusão de sua experiência na transição

Uma carta assinada pelo Fórum de Gestoras de Políticas para as Mulheres do Nordeste, com representantes dos nove estados da região, foi entregue nesta quarta-feira (30), em Brasília, à ex-ministra Eleonora Menicucci, integrante da equipe de transição do governo Lula/Alckmin. No documento, elas salientam o papel que o Nordeste teve para a eleição do novo presidente e defendem que a experiência que adquiriram, sobretudo em meio ao desmonte imposto pelo governo Bolsonaro, seja considerada no grupo de trabalho. 

A carta lembra, inicialmente, o papel destacado que o Nordeste teve na batalha eleitoral e na vitória de Lula. “Tais resultados advêm das referências de políticas públicas que o povo nordestino ansiava ver voltar. Os governadores e governadoras dos estados do Nordeste brasileiro enfrentaram a ausência de políticas, no âmbito federal, para as mulheres, para a população LGBTQIAP+ e de enfrentamento do racismo, com coragem e eficiência, ampliando essas políticas, embora no cenário nacional tenham ocorrido retrocessos e vasta destruição dessas pautas”, diz. 

Além disso, aponta que a região “foi resistência e referência nas políticas para as mulheres, que avançaram em todos os estados, apesar da inexistência de políticas dessa pauta pelo desgoverno fascista, apesar da pandemia, apesar de um governo misógino, machista, racista, com plano premente e perseguidor contra a vida das mulheres”. 

Leia também: 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres

A partir dessa resistência e perspectivas, diz a carta, “nós, gestoras de políticas para as mulheres do Nordeste, concluímos pela necessidade da inclusão dessas experiências no grupo de trabalho do governo de transição, seja o todo ou uma comissão definida pelo fórum”. 

A carta é assinada pelas secretárias de Mulher de Alagoas, Maria José da Silva; da Bahia, Julieta Palmeira; do Ceará, Denise Moreira de Aguiar e Onélia Maria de Santana (Proteção, Justiça, Cidadania, Mulher e Direitos Humanos); do Maranhão, Celia Salazar; da Paraíba, Lídia Moura; de Pernambuco, Ana Elisa Sobreira; do Piauí, Zenaide Lustosa; do Rio Grande do Norte, Maria Luiza Tonelli e do Sergipe, Lucivanda Rodrigues.