O que está por trás da compra de cloroquina? Governo Lula vai investigar

Estados Unidos venderam 2 milhões de doses hidroxicloroquina para o Brasil e, em seguida, determinou que não utilizaria mais o medicamento para tratar a Covid-19.

Foto: Agência Pará

A ineficácia do governo Jair Bolsonaro (PL) atingiu todas as frentes, mas um dos aspectos mais dolorosos para o povo brasileiro foi quando o governo resolveu ir além e recomendar medicamentos ineficazes para o tratamento da Covid-19, entre eles a cloroquina e a hidroxicloroquina.

Utilizados para o tratamento de doenças como malária e lúpus, contra a Covid não houve evidência científica para os medicamentos serem utilizados. Mesmo assim, Bolsonaro bancou a compra de milhares de doses. Como se não bastasse, as vacinas, estas sim, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e cientificamente comprovadas, tiveram as compras dificultadas pelo governo.

Todo este cenário trágico deverá ser investigado pelo novo governo eleito no próximo ano. Membros da equipe de transição do governo Lula (PT) disseram ao UOL que as investigações sobre o que ocorreu na gestão da pandemia por parte do governo federal irão abranger a quebra de sigilos, como também de onde partiram as principais decisões dentro do Ministério da Saúde.

É estimado que 400 mil vidas poderiam ter sido salvas com uma gestão eficaz de controle da pandemia, segundo o epidemiologista e ex-reitor da UFPel, Pedro Hallal. Isto inclui a compra de vacinas de forma antecipada – situação que o governo federal postergou ao máximo. Até 29/11/2022, morreram 689.601 pessoas no Brasil vítimas da Covid-19.

Para a equipe de transição na saúde, é necessário dar continuidade ao trabalho feito pela CPI da Covid-19. Assim, a investigação deve se estender para compra de 2 milhões de doses de hidroxicloroquina dos Estados Unidos. A diplomacia nacional será envolvida uma vez que o Ministério das Relações Exteriores buscou a importação de doses. Os EUA venderam o medicamento para o Brasil e, em seguida, determinaram suspensão dos medicamentos como tratamento para o vírus por sua ineficácia e a possibilidade de efeitos colaterais, principalmente em pacientes com histórico de problemas cardíacos.

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