Lula chega a Brasília para destravar votação da PEC do Bolsa Família

O presidente eleito terá reuniões com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

Rodrigo Pacheco e outros senadores recebem Lula (Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou neste domingo (27), em Brasília, tendo como prioridade a articulação para aprovar a PEC do Bolsa Família que vai viabilizar a continuidade do pagamento do benefício de R$ 600 e mais R$ 150 para famílias com filhos até 6 anos de idade. Fundamental para combater a fome no país, a proposta prevê um desembolso de R$ 175 bilhões para bancar o programa fora do teto de gastos.

Lula terá reuniões com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A previsão é que o presidente eleito permaneça na capital até sexta-feira (2).

Como foi apresentada apenas uma minuta ao Senado, a proposta ainda será protocolada no Congresso. A principal divergência é quanto ao prazo de vigência da PEC. O governo eleito defende que a proposta valha por 4 anos, mas parlamentares ligados ao centrão defendem apenas 1 ano ou 2 anos.

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“Hoje esse é o maior ruído que temos dentro do Congresso Nacional, mas tenho repetido que o Congresso terá sensibilidade para, como uma Casa que é da política, que é representante do povo, ter uma solução que seja mais duradoura, que a gente tenha previsibilidade”, defendeu a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT.

Renildo Calheiros (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), responsabilizou o atual governo pelo problema. “Bolsonaro é um irresponsável! Não colocou no orçamento de 2023 os recursos para que sejam pagos os R$ 600 de auxílio às famílias que mais precisam. Por isso, precisamos aprovar a PEC do Bolsa Família”, protestou.

De acordo com ele, a provação da PEC é o primeiro passo para se enfrentar o caos social instaurado no país na gestão Bolsonaro. “O Brasil é uma das nações mais ricas do mundo, mas com Bolsonaro, mais de 33 milhões de pessoas passam fome. Somos a nação mais desigual do mundo. Por isso, a volta do Bolsa Família é de grande importância para a população mais pobre e para a economia”, argumentou o líder.

Com a volta do Bolsa Família, ele diz que “as pessoas irão à feira, vão comprar inhame, batata, farinha, feijão”. “Quem planta vai vender. O dinheiro vai circular. As pessoas ganham dinheiro e essas famílias que recebem o Bolsa Família levam alimento para dentro de casa, matam a fome dos seus filhos. É um programa socialmente importante e economicamente relevante, porque movimenta a economia”, diz.

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