Mais de 79 mil militares receberam Auxílio Emergencial indevidamente, diz TCU

Segundo a pasta, no início do pagamento do Auxílio Emergencial, a lista dos beneficiários estava disponível apenas para o Ministério da Cidadania.

Bruno Dantas, presidente interino do TCU, revelou a informação em coletiva após entrega de relatório ao gabinete de transição | Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

O presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (16), que cerca de 79 mil militares receberam indevidamente o Auxílio Emergencial durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, apesar da lista de beneficiários estar escondida pelo Ministério da Cidadania, a situação foi descoberta.

“No início do pagamento do Auxílio Emergencial, a lista dos beneficiários estava disponível apenas para o Ministério da Cidadania. O TCU identificou logo no primeiro mês, mais de 79 mil militares que recebiam indevidamente o benefício (…) Um dos critérios de elegibilidade era de que as pessoas fossem desempregadas, então quem era militar não podia receber aquele auxílio”, afirmou Dantas.

O ministro disse ainda que, ao tomar conhecimento do dado supracitado, a primeira medida do TCU foi determinar ao Ministério da Cidadania que tornasse pública a lista com todos os beneficiários, como mandam os manuais de transparência.

Má gestão do governo Bolsonaro

O ministro também entregou à equipe de transição governamental uma série de relatórios para auxiliar o futuro governo no desenvolvimento de políticas públicas para o país. Em um dos documentos disponibilizados para o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, chefe da transição, são listados 29 tópicos considerados “de risco”, com os quais o novo governo terá de lidar e, no outro, é feito um balanço das políticas públicas nos últimos quatro anos, além de detalhar as contas e os gastos do atual presidente.

“A Lista de Alto Risco consolida fiscalizações do Tribunal de Contas da União, em que identificamos riscos como vulnerabilidade à fraude, desperdício, abuso de autoridade, má gestão ou necessidade de mudanças profundas nos objetivos ou na execução dessas políticas públicas”, explicou Dantas.

Dantas ainda prometeu entregar nos próximos dias um relatório comparativo entre os programas Auxílio Brasil e Bolsa Família.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), acendeu o alerta para a situação e disse, através do Twitter, que a “descoberta foi do TCU que diz que sistema criado por Bolsonaro facilita fraude e pede volta do Bolsa Família por ser mais eficiente no combate à pobreza e redução da desigualdade social”.

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com informações de agências