TCU deve investigar gastos no cartão corporativo

Deputado Elias Vaz revelou que as despesas no período eleitoral chegaram a média de R$ 3 milhões por mês.

Deputado Elias Vaz (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)

Por meio do Portal da Transparência, o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) identificou gastos suspeitos feitos por Bolsonaro no cartão corporativo da presidência da República. Para se ter ideia, a soma das faturas de agosto, setembro e outubro, ou seja, durante período eleitoral, revelam despesas sigilosas de R$ 9,1 milhões, média de R$ 3 milhões por mês. O valor supera em 108% a média mensal do ano passado, que foi de R$1,5 milhão.

“Os valores são absurdos! Enquanto temos 33 milhões de brasileiros passando fome, Bolsonaro torra milhões com cartão corporativo, pago com dinheiro público, mantendo os gastos sob sigilo”, protestou o parlamentar. Ele apresentou requerimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara solicitando auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nas despesas de agosto a outubro.

O deputado quer saber qual a natureza dos gastos nesse período em relação à média anterior, incluindo alimentação, hospedagem e passagens aéreas. Também pede informações sobre o quantitativo de pessoal que acompanhou o presidente e se as despesas coincidiram com agenda de campanha.

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“É preciso passar um pente fino sobre esses gastos. A auditoria é fundamental para detectar se houve abuso no período eleitoral com recursos públicos”, defendeu Elias Vaz. De janeiro a outubro, a despesa com cartão corporativo de Bolsonaro foi de R$ 22,7 milhões, a maior registrada desde 2016.

“O valor gasto com os cartões sigilosos da presidência da República nos causou perplexidade, pois o montante total apresentado até o dia 08 de novembro foi de R$ 22,7 milhões. Registra-se que o ano de 2022 ainda não terminou, porém já contém o maior volume de gastos sigilosos nos últimos seis anos”, criticou.

Com base no levantamento, o parlamentar diz que já é possível afirmar que Bolsonaro é o presidente que mais realizou gastos sigilosos, embora fosse um crítico desse tipo de despesa quando ainda era deputado federal.

“Diante dessa explosão de gastos no período eleitoral, é preciso que o TCU realize uma auditoria para que a legalidade e legitimidade dessas despesas sejam atestadas”, justificou.

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