Ex-vereador Gabriel Monteiro é preso no Rio por suspeita de estupro

Prisão é referente à denúncia de crime que teria acontecido em julho, já depois de outras denúncias emergirem. Ele nega as acusações.

o ex-vereador e youtuber Gabriel Monteiro | Foto: reprodução/Facebook

O ex-vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) teve a prisão preventiva decretada na noite desta segunda-feira (7) pelo juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro (RJ).

O ex-policial e youtuber se apresentou ao 77º Distrito Policial, em Icaraí, bairro de Niterói, região metropolitana do Rio. Nesta terça (8), Gabiel Monteiro foi transferido para o presídio de Benfica. O processo corre em segredo de justiça.

Monteiro é alvo de uma denúncia de abuso sexual. Segundo denúncia do Ministério Público a mulher, de 22 anos, afirmou que foi forçada a manter relações sexuais, depois de Gabriel lhe apontar uma arma, na casa de um amigo do ex-vereador no Joá em 15 de julho deste ano. O youtuber também teria tentado filmar a relação sexual e se recusado a usar preservativo. A mulher, por causa disso, acabou contraindo HPV, uma infecção sexualmente transmissível, que foi confirmada por laudo médico realizado após o episódio. O laudo mostrou ainda que a vítima tinha lesões nas partes íntimas.

No pedido de prisão, o promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), afirma que “o réu foi denunciado pela prática de crime gravíssimo”: “Verifica-se que o crime perpetrado pelo acusado causa enorme perplexidade na população geral e local, uma vez que se solto, o sentimento de existência de máquina estatal a impedir o cometimento de tal delito fica extremamente prejudicado”. 

Mandato Cassado

Em 18 de agosto, Gabriel Monteiro foi cassado na Câmara Municipal por 48 votos a 2, por quebra de decoro parlamentar, quando já era candidato a deputado federal, após uma série de denúncias de estupro e assédio moral e sexual.

No pedido de cassação, o vereador Chico Alencar (Psol), relator do processo no Conselho de Ética, afirmou que Monteiro praticou “atos incompatíveis com o decoro parlamentar”, como gravar e armazenar imagens íntimas de uma adolescente de 15 anos.

Em resumo, as condutas de Gabriel Monteiro que feriram a ética, foram: Filmagem e armazenamento de vídeo em que o mesmo pratica sexo com adolescente; Exposição vexatória de crianças, por meio da divulgação de vídeos manipulados; Exposição vexatória, abuso e violência física contra pessoa em situação de rua; Assédio moral e sexual contra assessores do mandato; Perseguição a vereadores com a finalidade de retaliação ou promoção pessoal; Uso de servidores de seu gabinete parlamentar para a atuação em sua empresa privada; Denúncias contundentes de estupro por quatro mulheres que relatam o mesmo modus operandi.

Desvio de dinheiro público

Não bastassem os crimes sexuais, o vereador cassado também é réu em pelo menos mais três processos que tramitam em segredo de Justiça. Neles, as acusações são de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, coação à testemunha e filmagens de relações sexuais com adolescente. Em dois deles, também há pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil.

Monteiro é acusado de peculato, por suspeita de desviar R$ 422 mil dos cofres públicos. A quantia equivale aos salários pagos entre janeiro de 2021 e abril de 2022 para quatro ex-assessores. Segundo a denúncia do Ministério Público, eles eram lotados na Câmara do Rio, mas na verdade trabalhavam na produção de vídeos para o canal do político no YouTube, que ele monetizava.

Três desses ex-assessores prestaram depoimento ao Conselho de Ética e confirmaram que não prestavam serviço para o Legislativo, mas para a produtora de vídeos e que sequer pisavam no Palácio Pedro Ernesto. A mesma denúncia cita ainda outros dois ex-assessores acusados de falsidade ideológica porque atestaram nos cartões de ponto que os quatro funcionários da produtora trabalhavam na Câmara Municipal. As informações são do jornal O Globo.

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Com informações de agências

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