Ex de Pazuello denuncia: Manaus foi testada para imunidade de rebanho

Andrea Barbosa relata indignação com a gestão da pandemia em Manaus, quando observou a cidade ser “feita de laboratório”.

JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

“Eu estava lá quando Manaus foi feita de laboratório pra testar imunidade de rebanho (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados”.

Mais uma evidência de que o governo Jair Bolsonaro (PL) tratou a gestão da pandemia de covid-19 com descaso surgiu no domingo (23), com o relato de Andrea Barbosa, ex-esposa do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Andrea acompanhou Pazuello durante a crise que se instalou na cidade de Manaus, Amazonas, nos primeiros meses de 2021, com falta de oxigênio para os doentes, a utilização de medicamentos ineficazes como a cloroquina e corpos enterrados em valas coletivas – tamanha foi a disseminação do vírus pela inoperância de Pazuello e Bolsonaro.

Em seu relato, Andrea denuncia que a população manauara foi testada para imunidade de rebanho, que a equipe no ministério da saúde se esbaldou em whiskies em um deslumbramento doentio por “poder, viagens e visibilidade”, enquanto as pessoas morriam sem oxigênio.

Andrea, que tem duas filhas com Pazuello, esteve em Manaus em uma tentativa de salvar seu casamento, como relata. No entanto, separou-se após descobrir um caso de traição de Pazuello com a médica Laura Appi, assessora do ministério da Saúde que foi promovida à diretora de Programas da pasta, com término do matrimônio de Andrea.

Confira o relato de Andrea Barbosa feito no Instagram:

“Eu estava lá quando Manaus foi feita de laboratório pra testar imunidade de rebanho (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados), quando a cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov. Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque no cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso.”

“Enquanto isso, nos bastidores, a equipe do ministério que distribuía cloroquina, esbaldava-se de whiskies caros e taifeiros do exército servindo a alta burguesia da cidade sem oxigênio.”

“Dor? Compaixão? Essas palavras não tinham sentido nenhum pra turma que só estava deslumbrada com o poder, viagens e visibilidade.”