Marina Silva é alvo de ataques de bolsonaristas em Minas

Ex-ministra relatou ter sido chamada de “traidora” e “vagabunda” após jantar em hotel de BH; Porta-voz da Rede afirma que foi registrado boletim de ocorrência

Nas redes sociais, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente denunciou agressões de bolsonaristas | Foto: Miguel Schincario/AFP

A ex-ministra do Meio Ambiente e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) afirmou que foi chamada de “traidora” e “vagabunda” por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) na saída do restaurante de um hotel, na região Centro-Sul de Belo Horizonte (BH), na noite de sexta-feira (21).

“Ontem, depois de ter ido a Teófilo Otoni e Juiz de Fora acompanhar a campanha de @lulaoficial, ao lado de @simonetebet, chegamos a Belo Horizonte. À noite, jantei com dirigentes da Rede Sustentabilidade. À saída do restaurante do hotel Radisson Blu, fui alvo de xingamentos, inclusive palavrões, de um grupo de 20 a 25 simpatizantes de Bolsonaro que estava no local”, escreveu Marina em suas redes sociais.

Segundo informações, a ex-ministra registrou boletim de ocorrência em uma delegacia e, neste sábado (22), durante ato de campanha, afirmou que o registro policial é “para que não se atrevam a continuar fazendo isso”.

“Algo que a gente não consegue compreender é a postura, a atitude de intimidar. E porque quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não sabe lidar no ponto de vista político e ético. Não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira”, disse Marina.

Após o episódio, Lula saiu em defesa de Marina e disse, durante coletiva de imprensa na manhã deste sábado em BH, que a agressão “faz parte da escola do fascismo”.

“O ataque ontem a Marina faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais se levantaria pra xingar alguém dessa forma. Minha solidariedade a Marina”, comentou Lula.

“A gente faz política há 50 anos, isso não existia no Brasil nem em cidade pequena, média, grande. Hoje o que nós vemos é violência e mais violência verbal, e, às vezes, violência física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil”, concluiu o ex-presidente.

A senadora Simone Tebet (MDB), que também estava presente no ato de campanha e que já havia prestado solidariedade a Marina, voltou a dar apoio à ex-ministra.

“Mexeu com uma, mexeu com todas. Mexeu com Marina Silva, mexeu com Simone Tebet. Mexeu com as meninas venezuelanas, mexeu com todas as meninas brasileiras. Pintou um clima com meninas e isso é crime, é pedofilia. Lugar de pedófilo é na cadeia.”

Presidente misógino

Marina definiu os ataques machistas como “incompreensível”.  Ela citou ainda o caso da ministra Cármen Lúcia, que na mesma noite foi comparada com uma prostitua por Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro que está em prisão domiciliar pelo inquérito das milícias digitais.

“Dá até medo de imaginar o que essas pessoas são capazes de fazer e dizer com as mulheres de um modo geral. Aquilo [caso Jefferson] foi uma senha autorizando a intimidação e a violência política contra as mulheres e contra aqueles que pensam diferente da visão bolsonarista”, comentou.

Marina também agradeceu pelas mensagens de solidariedade e afirmou que os agressores responderão na justiça. Segundo ela, o bolsonarismo desenterrou “a monstruosidade do machismo” para dividir os brasileiros. E que Lula, por outro lado, é a sustentação de um projeto que vai mudar a realidade do Brasil, que foi “ultrajada por Bolsonaro”.

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Com informações de agências

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