Lula: Bolsonaro despreza o povo e é um destruidor da esperança e dos sonhos 

Em Minas, Lula rechaça machismo de Bolsonaro e seu desprezo pelo povo e critica presidente por querer acabar com reajuste do salário mínimo e das aposentadorias

Marina Silva, Lula e Simnoe Tebet em Teófilo Otoni (MG) / Foto: Ricardo Stuckert

A defesa da democracia e dos direitos do povo e o repúdio ao machismo e  à violência política incentivados pelo bolsonarismo foram o centro de entrevista coletiva do ex-presidente Lula (PT) realizada na manhã deste sábado (22) em Ribeirão das Neves (MG). Ele esteve acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), da ex-ministra Marina Silva (Rede), do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, além de lideranças locais. 

Ao falar sobre o crescimento dos casos de violência política, Lula declarou: “Fazemos política há 50 anos e isso não existia no Brasil”. E completou: “Isso acontece porque temos um governo fascista no Brasil”. O jeito de mudar isso, acrescentou, “é na eleição, no dia 30”. Lula salientou que “todas as pessoas que amam a democracia sabem que é preciso derrotar Bolsonaro”. 

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Lula destacou que Bolsonaro é desumano e “não tem sentimento”, lembrando do comportamento do presidente durante a pandemia. “Bolsonaro despreza a maioria do povo”, enfatizou. Também criticou o fato de o governo permitir que 33 milhões de pessoas ainda passem fome e os altos preços dos alimentos. “Pessoas levam metade do que gostariam porque o dinheiro acabou”, disse. 

O ex-presidente declarou ainda que “no dia 30, o povo vai ter de escolher não entre um candidato ou outro, mas entre a barbárie, o fascismo e a democracia, entre a humanidade e a desumanidade. Esse cidadão é um destruidor de esperança, de sonhos”. 

Lula também criticou Bolsonaro pelos cortes na educação e na saúde e por estimular a “sociedade a comprar cada vez mais armas” e defendeu a renegociação das dívidas da população. Também rechaçou a proposta de Bolsonaro de acabar com a correção do salário mínimo e das aposentadorias. 

Outro ponto criticado foi o machismo e a misoginia do bolsonarismo: “Nunca tivemos, na história do Brasil, um presidente que ousasse ofender as mulheres, os negros”. Ele agregou ainda que “nossa luta não é apenas para eleger um presidente, mas para resgatar o direito desse país ser feliz”. Questionado por jornalistas sobre esse mesmo assunto, declarou que “as mulheres terão participação muito grande em meu governo”. E explicou: “Não é só porque são maioria, mas também porque têm demonstrado competência extraordinária”. Lula também defendeu que haja mais negros e indígenas em seu governo: “a gente quer mostrar que esse país vai ser verdadeiramente democrático e o governo vai ser a cara da sociedade brasileira”.

Perto de terminar a coletiva, Lula destacou que “ganhando as eleições, vamos restabelecer a paz neste país. Precisamos voltar a sermos humanos, a termos fraternidade e solidariedade. Não podemos fazer uma guerra santa, o Brasil não quer isso. O país clama por paz”. 

União contra o machismo

Ao iniciar a coletiva, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que “o Brasil está com Lula, mas são as mulheres que vão decidir esta eleição. E vamos decidir esta eleição contra um presidente misógino, que estimula a violência contra as mulheres porque é um covarde”. 

A senadora lembrou de dois casos de violência política de gênero no Brasil praticadas por bolsonaristas nesta sexta-feira (21). Um deles foram os ataques do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) à ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem ele chamou de “prostituta”, entre outras afirmações altamente misóginas e machistas. “Ele tem de voltar à cadeia imediatamente porque ninguém tem direito de agredir uma mulher, seja ela autoridade pública ou não”, disse Tebet.

O outro caso citado pela senadora foram as ofensas feitas à ex-ministra Marina Silva, chamada de “vagabunda” por bolsonaristas em restaurante de Belo Horizonte. “Esses bolsonaristas não passarão. Nós mulheres brasileiras elegeremos Lula e vamos unir o Brasil com amor e com coragem. Essa é a mensagem que eu gostaria de deixar em respeito às mulheres brasileiras”, afirmou Tebet. 

Na sequência, a ex-ministra Marina Silva (Rede), agradeceu pela solidariedade e destacou: “De fato, o que está acontecendo é algo incompreensível. Dá até medo de imaginar o que essas pessoas são capazes de fazer. Porque se uma pessoa é capaz de dizer o que foi dito pelo Roberto Jefferson contra uma ministra do Supremo, o que eles não são capazes de fazer e dizer às mulheres de maneira geral Brasil afora?”.

Essa situação, disse, “foi uma senha autorizando a intimidação, a violência política contra as mulheres e contra todos aqueles que pensam diferente da visão bolsonarista”. 

Marina apontou ainda que o “bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres do ponto de vista político, do ponto de vista ético, não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira”. E acrescentou: “fazem um discurso hipócrita em defesa da família e fazem tudo para desconstruí-la da forma como fez o presidente Bolsonaro, dizendo que ‘pintou um clima’ e do jeito que fez Roberto Jefferson contra a ministra Carmem Lúcia”.

Por fim, a ex-ministra salientou: “Lula tem compromisso com a democracia, com os pobres, os indígenas, os pretos, as mulheres, a proteção do meio ambiente e compromisso em passar o Brasil a limpo”.