Lula diz que zelo fiscal é questão de caráter e país terá economia pujante

Em Belo Horizonte (MG), o ex-presidente disse que sempre teve responsabilidade fiscal em seus governos, com cumprimento de superávit primário todos os anos

Multidão em Belo Horizonte faz caminhada com Lula entre as praças da Liberdade e Tiradentes na manhã deste domingo (Fotos: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (09), durante entrevista coletiva em Belo Horizonte (MG), que sempre teve responsabilidade fiscal em seus governos, com cumprimento de superávit primário todos os anos e crescimento econômico médio anual de 4,5%. Segundo Lula, responsabilidade fiscal é uma questão de caráter. “A gente só pode gastar aquilo que ganha”, afirmou.

Lula afirmou que o Brasil voltará a ter uma economia pujante. “Esse país precisa voltar a ter relações com o mundo exterior. O Brasil, durante todo o período do meu mandato, foi protagonista internacional. Eu fui o único presidente da República na história do Brasil que participou de todas as reuniões do G8. Eu fui um dos presidentes que ajudou a criar o G20”, disse ele, em resposta aos jornalistas.

Questionado sobre a condução na economia, o ex-presidente ressaltou o legado econômico e a responsabilidade fiscal que foram a marca de suas gestões. “Fui o único presidente da República que cumpriu o superávit primário durante todo meu mandato, dando a demonstração de que responsabilidade não é questão de lei, é de caráter, por isso eu sou contra o teto de gastos”, disse. “Um presidente da República que teve o mandato mais bem sucedido na economia”, destacou.

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Superávit primeiro é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo. Já o teto de gastos, instituído pela Emenda Constitucional 95, limita a capacidade de investimento do Estado, impedindo a ampliação de políticas públicas que beneficiem a população.

“Eu não preciso de uma lei para ser responsável. Eu aprendi na minha formação política que a gente só pode gastar aquilo que a gente ganha, que produz, e se a gente tiver que fazer dívida tem que ser aquela que nós podemos pagar, uma dívida para construir um ativo que possa dar retorno financeiro para quem fez o investimento”, completou Lula.

Segundo Lula, ao assumir a Presidência, em 2003, economistas diziam que o Brasil estava quebrado, sem conserto, com inflação a 12%, desemprego a 12%, dúvida interna pública de 60,5% do PIB e devedor do FMI.

“Quando entrei no governo, a primeira coisa que a gente fez foi reduzir a dívida pública de 60,5% do PIB para 37% do PIB. Segundo, a gente trouxe a inflação de 12% para 4,5% que era o centro da meta, dois a mais e dois a menos durante todo o nosso mandato. Terceiro, nós geramos, em 13 anos, 22 milhões de empregos formais. Quarto, nós pagamos a dívida com o FMI e emprestamos 15 bilhões pro FMI. Éramos devedores e viramos credores do FMI”, listou o ex-presidente.

Lula destacou ainda as reservar internacionais, que o país não tinha antes de seu governo. “Conseguimos fazer pela primeira vez na história do Brasil uma reserva que até hoje é a salvação da lavoura porque é ela que faz com que o país não quebre. Mais ainda. A gente teve um crescimento do PIB médio de 4,5% ao ano que foi o mais importante crescimento.”, completou.

Fonte: lula.com.br