Economista Persio Arida, “pai” do Plano Real, declara voto em Lula

“Vou votar no Lula não só pelos erros do governo Bolsonaro, mas porque estou preocupado com a democracia brasileira”, disse ex-presidente do Banco Central

O economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e um dos idealizadores do Plano Real (março/2012) | Foto: Regis Filho

O economista Persio Arida, considerado um dos “pais” do Plano Real, anunciou publicamente nesta quarta-feira (5) que votará no ex-presidente Lula (PT) no segundo turno destas eleições. “Vou votar no Lula não só pelos erros do governo Bolsonaro, mas porque estou preocupado com a democracia brasileira”, disse ao Estadão.

Segundo Arida, que já foi presidente do Banco Central e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o péssimo desempenho do governo Bolsonaro no primeiro mandato seria ainda pior se houvesse um segundo. “Historicamente, os segundos mandatos são piores e é inaceitável continuar por mais quatro anos com esse governante”, afirmou. “Bolsonaro reeleito, seria uma ameaça à democracia, ao meio ambiente e aos direitos humanos.”

O economista ainda disse, dessa vez à Folha de S.Paulo, que Jair Bolsonaro (PL) apresenta um risco à estabilidade institucional do Brasil e que pesou em sua decisão o fato do presidente não entregar o que prometeu na economia, bem como causar prejuízos ao meio ambiente, o que desgastou a imagem internacional do Brasil. Diante disso, na sua opinião, “não existe uma justificativa para a permanência de Bolsonaro no poder.”

Ele também falou que aceitou convites para conversar com integrantes do PT. “Há um espaço grande para pensar prioridades para o Brasil. Mas a situação que vivemos hoje vai muito além da discussão de temas tecnocráticos, como qual seria a melhor sequência para a aprovação de reformas ou o exato desenho do sistema tributário”, diz ele.

Ao ser questionado sobre o que defenderia numa eventual conversa com o partido de Lula, Arida disse que “o mais importante para o Brasil hoje é aprimorar a política, garantindo o mais básico, a democracia, a transparência na tomada de decisões na esfera econômica, de ir fundo nos diagnósticos e fazer propostas. Precisamos restituir ao país calma, um ambiente que nos permita alargar horizontes e cuidar do desenvolvimento do Brasil.”

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com informações de agências

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