Lula diz que debate expôs seu legado contra promessas e o atual desgoverno

O ex-presidente não aceitou provocações e aproveitou alguns momentos para estabelecer uma discussão programática

(Fotos: Reprodução TV Globo)

No debate da TV Globo, realizado nesta quinta-feira (29), ficou nítido que Lula adotou um tom distinto do confronto na Band. O ex-presidente não aceitou provocações e aproveitou alguns momentos para estabelecer uma discussão programática. Na avaliação dele, ficou a imagem de um candidato que já realizou muito pelo país, dos que só prometem e do atual desgoverno Bolsonaro afundado em crise.

“Nós temos o atual presidente competindo, a minha candidatura, do presidente que mais promoveu inclusão social na história, e candidaturas de pessoas que fazem promessas, como vocês viram ontem no debate”, avaliou o ex-presidente, para quem se trata da eleição mais importante da história do país.

Num dos momentos do debate, Lula ressaltou a avaliação acima: “Aqui existem três tipos de propostas diferentes. Tem aquele que tem resultados provados. Aqueles que fazem promessas, e aquele que está governando. E o povo no domingo pode escolher aquele que resolveu a situação do Brasil, a saúde, a educação”.

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Balizado nisso, o ex-presidente aproveitou o confronto para falar dos feitos dos seus governos. Quando recebeu críticas do candidato do PDT sobre a economia, Lula aproveitou: “Ciro poderia começar sua pergunta de outra forma. Perguntando como os mais pobres tiveram 80% de aumento na renda, enquanto os ricos tiveram 20%. Como aumentamos o salário mínimo em 87%. Como criamos programas que você cansou de elogiar quando era do governo”.

O mesmo fez quando esteve frente à frente com Simone Tebet: “A candidata Simone está sendo um pouco injusta. Em 2002 eu peguei o país com 12% de inflação e desemprego. Reduzimos a dívida pública e fizemos uma reserva. Só no Mato Grosso do Sul [estado da candidata] investimos R$ 38,8 bilhões em obras de infraestrutura”.

Nas considerações finais, Lula voltou a ressaltar seu legado. Disse que tem orgulho dos programas educacionais criados durante os governos do PT como o FIES, o Prouni e o Ciência Sem Fronteiras, “que mandou 100 mil jovens para estudar no exterior”. Lula afirmou que irá voltar à presidência da República pois o povo sabe da sua capacidade de governança.

“Aqui [no debate] tem três ou quatro tipos de propostas diferentes. Tem aquele que tem uma vida provada nesse país e que tem resultado, as pessoas sabem o que aconteceu nesse país. Tem aqueles que fazem as promessas, tem aquele que está governando. O povo pode escolher alguém que soube resolver a situação do Brasil. Eu sempre falo que o problema não é governar, é cuidar do povo, gerar emprego, aumentar salário, aumentar a massa salarial, melhorar a saúde, melhorar a educação, fazer universidades”, declarou.

Bolsonaro e padre

Mesmo nos momentos mais delicados do debate, Lula agiu ofensivamente contra um Bolsonaro nervoso e descontrolado. “O mínimo que se espera num debate é que o atual presidente tivesse seriedade e honestidade. Ele vem falar que eu montei quadrilha quando ele montou rachadinha. Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele”.

Linha auxiliar de Bolsonaro, Padre Kelmon foi o que realizou o mais duro ataque a Lula que no mesmo tom respondeu ao suposto religioso o chamando de impostor, fantasiado e candidato laranja.  

“Eu estava incomodado de parecer o chato. Como eu sei que sou um cara que tem possibilidade de ganhar no primeiro turno, eu ia ser alvo de todo o mundo. E era preciso alguém dizer alguma coisa sobre esse cidadão, que faz papel de candidato laranja”, disse o ex-presidente.

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