Pesquisa mostra onde brasileiros tiveram de cortar mais para lidar com a crise

Cortes afetam alimentação, remédios e serviços.

Foto: reprodução/CUT

A crise que o país atravessa sob o governo Bolsonaro tem levado a mudanças de hábito de boa parte da população, que precisa economizar para fazer as despesas — que aumentaram devido à inflação — caberem nos ganhos mensais — que foram reduzidos devido à queda no poder de compra. Uma pesquisa feita pelo Instituto Travessia para o jornal Valor Econômico mostra o empobrecimento da população nos últimos dois anos.

Nesse período, 39% dos brasileiros diminuíram a compra de carne bovina e 28%, de leites e derivados. O consumo de carnes em geral teve de ser limitado para 38% das pessoas. No caso do café e das verduras e legumes, os índices foram de 21% e 19%, respectivamente. 

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A redução de frutas foi necessária para 17% e as bebidas, para 18%. E 24% tiveram de cortar em itens básicos como arroz, feijão, óleo e sal. “Essas são contenções entre as mais profundas”, explica ao jornal Renato Dorgan Filho, analista do Travessia. “Mesmo porque atingem itens elementares de consumo”, completou. 

Na área da saúde, 24% brasileiros tiveram de reduzir gastos com remédios e 22% cortaram os planos de saúde, enquanto 26% migraram para outros mais baratos. No caso de serviços como TV por assinatura, internet e celular, os brasileiros que tiveram de enxugar os custos foram respectivamente 38%, 31% e 28%. Tiveram de cortar com energia, gás e água foram, pela ordem, de 25%, 24% e 18% das pessoas. 

A pesquisa também constatou que 43% disseram estar endividados, e desses, 47% estão em atraso com os pagamentos. A maioria, 78%, tem problemas de dívidas com os bancos. 

O levantamento foi realizado entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro, com mil entrevistas por telefone, em todo o país.

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