Chapa Lula/Freixo cresce no RJ e põe hegemonia de Bolsonaro em xeque

Lula ultrapassou Bolsonaro numericamente e assumiu a liderança no estado. O petista subiu de 38% para 41%, enquanto o atual presidente recuou de 39% para 36%.

Lula e Freixo ameaçam Bolsonaro no Rio de Janeiro

Na reta final da campanha, a chapa composta pelo presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo candidato a governador Marcelo Freixo (PSB) avança na preferência do eleitorado do Rio de Janeiro. Pesquisa Ipec/TV Globo divulgada nesta terça-feira (20) mostra que, em uma semana, as intenções de voto em Lula e Freixo cresceram no estado acima da margem de erro.

O caso da corrida presidencial é o mais expressivo. Embora estejam tecnicamente empatados, Lula ultrapassou Bolsonaro numericamente e assumiu a liderança em pontos percentuais. O petista subiu de 38% para 41%, enquanto o atual presidente e candidato à reeleição recuou de 39% para 36%.

O Rio é o domicílio eleitoral de Bolsonaro e de sua família. Nas eleições presidenciais de 2018, o ex-capitão do Exército dominou a disputa no estado, alcançando 60% dos votos já no primeiro turno e 68% no segundo. A hegemonia bolsonarista garantiu ainda a vitória do até então desconhecido delegado Wilson Witzel ao governo estadual, além da eleição de dois senadores – Flávio Bolsonaro (filho do presidente) e Arolde de Oliveira.

Agora, quatro anos depois, o bom desempenho de Lula no estado não é o único indício do enfraquecimento de Bolsonaro. Embora o governador Cláudio Castro (PL), apoiado pelo presidente, se mantenha na liderança da pesquisa Ipec, com 37%, suas intenções de voto estagnaram. Já o deputado federal Marcelo Freixo, aliado de Lula, está em crescimento constante desde o início da campanha eleitoral.

Em 15 de agosto, a um dia do início oficial da campanha, Freixo tinha 17%. Nas sondagens seguintes do Ipec, ele ascendeu a 19% (em 30 de agosto), 22% (em 6 de setembro) e 27% (nesta terça-feira, 20). Os demais candidatos, como o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), não tiveram alterações significativas.

Nas duas últimas semanas, Freixo cresceu especialmente entre evangélicos (de 14% para 19%); entre pretos e pardos (de 20 para 27%); entre eleitores de 25 a 34 anos (de 20% para 33%); e entre eleitores com ensino superior (de 32% para 37%). Em simulação de segundo turno, a vantagem de Castro para Freixo também se reduziu nesse período – de 12 para dez pontos percentuais. O governador tem, agora, 45%, contra 35% do deputado do PSB.

Os números que mostram a hegemonia bolsonarista em xeque são frutos da maior pesquisa eleitoral feita no estado em 2022. O Ipec, fundado por executivos do antigo Ibope, ouviu 1.504 eleitores, em 39 cidades do Rio de Janeiro, entre os dias 17 e 19 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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