Campanha de Bolsonaro já gastou quase R$ 2 milhões em pesquisa eleitoral

Dados do portal do TSE revelam que as despesas da campanha do presidente com pesquisas só ficaram atrás dos gastos com propaganda eleitoral

A campanha de Bolsonaro tem como mantra desacreditar as atuais pesquisas eleitorais, o que é feito sem nenhuma base metodológica ou científica. A razão está no simples fato delas apresentarem números desfavoráveis ao candidato, ou seja, quase todas indicando a possibilidade de uma derrota do atual mandatário para o ex-presidente Lula já no primeiro turno.

Os gastos com a campanha de Bolsonaro, até o momento, dão respaldo a essa análise. De acordo com o portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do total de R$ 14,6 milhões desembolsados na campanha, R$ 1,7 milhão foi para pesquisa de mercado e opinião, dos quais R$ 500 mil pagos ao Instituto Ibespe.

As despesas da campanha nessa área só ficaram atrás da propaganda eleitoral propriamente dita: produção, criação e monitoramento de programas de rádio, tevê e redes socais.

A importância dada aos levantamentos é tanta que na pré-campanha o PL, partido de Bolsonaro, pagou R$ 2,7 milhões a Paraná Pesquisas. Nesta terça-feira (20), esse Instituto destoou dos demais colocando Lula com 40,1% das intenções de voto contra 36,4% de Bolsonaro, praticamente na condição de empate técnico.

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Pesquisa Genial/Quaest desta quarta-feira (21), por exemplo, mostrou que há uma diferença de dez pontos entre Lula e Bolsonaro. “Faltando 11 dias para o primeiro turno, o presidente passa a ter menos armas para tentar virar o jogo. O aumento no valor do Auxílio não gerou o resultado eleitoral esperado”, diz o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.

(Reprodução TV Globo)

O desespero é tanto que bolsonaristas fizeram uma deep fake editando imagens do Jornal Nacional, da Rede Globo, nas quais Bolsonaro aparece na frente de Lula na pesquisa Ipec. A edição do vídeo mereceu uma resposta dentro do programa.

A apresentadora Renata Vasconcellos alertou os telespectadores explicando como funcionava as deep fakes, tecnologia que usa inteligência artificial. “Entre outras coisas, ela permite adulterar o movimento dos lábios de alguém e transplantar um trecho de uma fala de um determinado ponto para outro mudando completamente o conteúdo de uma notícia, por exemplo”, explicou.

“Desde 15 de agosto até hoje, as pesquisas do Ipec e do DataFolha apresentadas aqui no JN mostraram o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, como o que tem a maior intenção de voto. Em todas elas, Bolsonaro apareceu em segundo lugar”, completou William Bonner.

Enquanto isso, os bolsonaristas continuam na pegada de desmentir os principais institutos insistindo que só vale o chamado DataPovo. Tola ilusão e matreirice ao mesmo tempo.

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