Especialistas apontam SUS como consenso nacional nestas eleições 

Defesa de investimento na atenção primária e a incorporação de tecnologias na saúde estão entre os aspectos colocados como pontos consonantes entre presidenciáveis

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A pandemia de Covid-19 mostrou como é importante ter um sistema público de saúde que chegue desde os grandes centros até os mais longínquos lugarejos e como é fundamental haver investimentos para aprimorar e ampliar seu atendimento. Ficou patente, nesses dois últimos anos, que sem o SUS e seus profissionais, o estrago da crise sanitária teria sido ainda maior, considerando o descaso e o desmonte promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). 

Esse reconhecimento é consenso entre os postulantes ao Palácio do Planalto, mas ainda é preciso vencer importantes obstáculos para que o sistema consiga cumprir seu papel na totalidade. É esta a essência de artigo publicado na Folha de S.Paulo desta quinta-feira (15), escrito por Nésio Fernandes, sanitarista, secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde); Adriano Massuda, médico sanitarista e professor da FGV-Eeaesp — ambos do PCdoB — e Edson Pistori, advogado sanitarista. 

Leia também: Na Saúde, reduzir filas do SUS é prioridade de Lula

“Em grande medida, o reconhecimento do SUS se deve ao seu papel na resposta à pandemia de Covid-19. Apesar das fragilidades estruturais, dos erros e das omissões na condução do enfrentamento à doença, foi o SUS que garantiu das vacinas aos leitos. Dessa maneira, preceitos do sistema, como a universalidade e a gratuidade, ganharam dimensão concreta na vida das pessoas”, apontaram. 

Entre os pontos consensuais que os autores destacam nas propostas dos presidenciáveis estão a defesa de investimento na atenção primária e a incorporação de tecnologias na saúde. Embora apontem como elogiáveis a preocupação dos candidatos com o tema, o trio avalia haver defasagem no que diz respeito ao enfrentamento de problemas estruturais do sistema e salientam o fato de os quatro principais candidatos não abordarem como lidar com o gargalo do subfinanciamento do sistema, que classificam como “nó górdio”. 

Leia também: Novo corte do governo Bolsonaro atinge a saúde e a educação

Além disso, destacam que “questões como o acesso à atenção especializada, a organização das filas, a formação de recursos humanos e o equacionamento da dependência internacional de insumos estratégicos de saúde não foram abordadas de forma satisfatória”. 

O artigo finaliza pontuando, no entanto, que “as eleições deste ano são uma oportunidade única para que seja estabelecido um pacto nacional em torno de ações concretas para fortalecer o SUS e consolidá-lo como a política social mais eficiente da nação, uma conquista da democracia e do povo brasileiro”. 

(PL)

Autor