Lula encontra cooperativistas e homenageia Dona Ilza, humilhada por bolsonarista

O candidato homenageou a diarista que teve marmita negada e falou sobre o Estado como indutor da geração de empregos.

Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quarta-feira (14) de encontro com cooperativistas em São Paulo (SP). O candidato à presidência falou do papel do estado na geração de empregos e oportunidades para o público formado por integrantes de cooperativas de economia solidária. Na ocasião, pediu uma homenagem a Dona Ilza, diarista que teve marmita negada por um empresário apoiador de Jair Bolsonaro (PL).

“Eu queria que esse encontro prestasse homenagem a uma mulher de Itapeva chamada Dona Ilza, que foi humilhada da forma mais cruel. Um tipo de humilhação daquela só pode ser feita por alguém que não tenha caráter, não tenha respeito, que não tenha humanismo”, falou Lula, que lembrou que o empresário que negou a marmita recebeu auxílio emergencial sem precisar e foi condenado por calote.

O ex-presidente disse que pretende se encontrar com Dona Ilza em breve.

Foto: Ricardo Stuckert

Geração de empregos

Ao público, Lula ressaltou o grande número de desempregados em todo o mundo, indicando que é papel do Estado fomentar a geração de emprego formal em avanço conjunto com as tecnologias. Ao dizer isso, mencionou a atuação do governo Bolsonaro nesse sentido.

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“Aqui no Brasil inventaram uma tal de carteira verde e amarela que eu não sei que tipo de emprego essa carteira gera. O que queremos é uma carteira que não importa a cor, mas que o que importa é que o trabalhador tenha seguridade no emprego.”

Ao explicar como os Estados devem agir no atual cenário, disse que não é preciso negar os avanços tecnológicos, sendo o ideal encontrar novas formas de agir e o incentivo à economia solidária é uma dessas maneiras.

“[O papel do Estado] é garantir que a sociedade possa construir alternativas. Uma cooperativa não nasce de cima pra baixo. Ela só dá certo se for o resultado da consciência das pessoas que querem criar a cooperativa”.

Em seguida, completou dizendo que é necessário o governo emprestar dinheiro para as cooperativas populares nos mesmos termos com que se empresta aos grandes bancos, sem desconfianças e com os mesmos juros baixos.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP), presente no ato, considerou o encontro como fundamental para o crescimento das economias solidárias.

“Esse encontro é muito importante. É a sinalização que Lula dá para a valorização do cooperativismo, valorização das formas que os trabalhadores encontram, não apenas para estruturar a sua produção, mas para a geração de renda. Eu considero que foi uma grande iniciativa, com valorização da alimentação, porque aqui se falou de agricultura familiar, comida saudável”, destacou o parlamentar.

Ministério da Segurança

Em referência ao grande número de armas na sociedade, Lula indicou, novamente, que irá criar o “Ministério da Segurança para controlar o narcotráfico, o tráfico de armas, fronteiras secas, marítimas e nossos terrenos”.

Nesse ponto, fez crítica ao atual governo na condução da vigilância ao território: “ Vamos ocupar nossas Forças Armadas com coisas mais dignas, mais sérias e mais necessárias ao povo brasileiro”, pontuou.

Além dos representantes de dezenas de cooperativas, estiveram no encontro que teve como mestre de cerimônias a apresentadora e chef de cozinha Bela Gil, o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a candidata a vice-governadora de São Paulo, Lúcia França (PSB), o candidato ao senado Márcio França (PSB) e a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.