Lula se reunirá com representantes de 900 cooperativas de todo o país

O encontro, que será em São Paulo na quarta dia 14/9, vai discutir políticas públicas para incentivar economia solidária, desenvolvimento, emprego, renda e produção.

Foto: Divulgação/Brasil da Esperança

Durante a reunião, o candidato da coligação Brasil da Esperança receberá dos trabalhadores das 900 cooperativas uma carta com propostas do setor para um eventual governo que ele venha a exercer caso vença a eleição para presidente da República no próximo dia 2 de outubro. O evento será transmitido pelas redes sociais da campanha de Lula e Alckmin.

O encontro é voltado para trabalhadores e trabalhadoras reunidos em várias cooperativas: União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil) e Unicatadores (formada pelo Movimento Nacional de Catadores e Catadoras de Material Reciclável).

A carta que será entregue a Lula destaca a importância da economia solidária para o desenvolvimento para o país, criação de empregos, geração de renda e produção para o mercado interno, especialmente de alimentos, que serão fundamentais para o combate à fome.

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As entidades também ressaltam que a economia solidária só pode atingir seu pleno desenvolvimento com a preservação ambiental e a regulação da exploração dos recursos naturais que garantam sustentabilidade do meio ambiente e expansão da reciclagem de materiais feita de forma cooperada.

Em junho deste ano, quando esteve em um evento sobre cooperativismo no Rio Grande do Sul, o ex-presidente lembrou dos desafios que viu durante seus oito anos de mandato e das lições que aprendeu naquele período, quando tentou ajudar a aumentar o número de cooperativas instaladas no Brasil. “Em uma reunião para ver os resultados, percebemos que tinha aumentado o número de cooperados mas não havia aumentado proporcionalmente o número de cooperativas. Aí eu aprendi a lição mais importante: você não cria cooperativa de cima para baixo, como se pudesse plantar uma árvore com as folhas enfiadas na terra e a raiz para cima. Uma cooperativa, para dar resultado, tem que vir do povo a partir das suas necessidades, a partir da sua realidade”, ressaltou.

No mesmo encontro, ele disse que “cabe ao governo criar condições para facilitar a organização, depois facilitar o crédito e depois, num primeiro momento, até ajudar, comprando os produtos das cooperativas”, conforme foi feito em boa parte do período dos governos populares, quando o governo federal financiava, por exemplo, a aquisição de produtos da agricultura familiar.

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Programa de governo

Nas diretrizes do plano de governo da campanha de Lula e Alckmin, ao abordar a necessidade de o Brasil criar oportunidades de trabalho e de emprego, se destaca que “vamos estimular a economia solidária, a economia criativa, a economia verde inclusiva e o empreendedorismo social, que têm elevado potencial de inclusão produtiva, geração de renda e inovação social”. E também entende ser necessário estender “o apoio ao cooperativismo, ao empreendedorismo e às micro e pequenas empresas”.

O plano se propõe também a adotar “políticas de fomento e fortalecimento de redes e cadeias produtivas e outras iniciativas de cooperativismo, de facilitação do acesso a mercados e ao crédito e de estímulo à inovação, baseados na conservação, na restauração e no uso sustentável da nossa biodiversidade”.

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