UOL desmente Bolsonaro e mostra evidências de dinheiro vivo em 51 imóveis

Presidente e sua propaganda tratam como “moeda corrente”; reportagem revela contratos com “pagamento em moeda contada e dada como certa” ou “pagamento em espécie”.

Foto: Raphael Ribeiro/BCB

No final de agosto a reportagem do UOL revelou que a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) negociou, desde 1990, 107 imóveis, dos quais 51 deles tiveram dinheiro vivo envolvido de forma parcial ou integral na compra. Foram considerados para a investigação o presidente, os seus três filhos mais velhos (Flávio, Eduardo e Carlos), a mãe do presidente, cinco irmãos e duas ex-mulheres.

De acordo com o que apuraram os repórteres, ao menos R$ 25 milhões em espécie, em valores corrigidos pelo IPCA, estiveram envolvidos nas transações registradas nos cartórios.

A reportagem trabalhou por sete meses, conferiu mais de mil páginas de documentos públicos em 16 municípios, além de realizar entrevistas com os envolvidos nas negociações.

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Afirmação errada

Tanto o presidente em entrevista, quanto a sua propaganda eleitoral indicaram que o termo “moeda corrente” constam em quaisquer contratos. No entanto, o UOL mostrou que termos como “pagamento em moeda contada e dada como certa” ou “pagamento em espécie” constam nos documentos em 51 das transações da família.

No Rio de Janeiro, 17 imóveis constam em investigações do MP (Ministério Público) nos casos de “rachadinha” nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro. Dos 107 imóveis da apuração, 26 não entraram para o cálculo do dinheiro vivo, pois não foi possível encontrar como foi a forma de pagamento.

Reprodução UOL

Confira as evidências trazidas pela reportagem do UOL.

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