Lula e Alckmin se encontram com evangélicos, no RJ, nesta sexta (9)

Encontro deve deixar claro as posições da candidatura em relação a mentiras e distorções disseminadas contra Lula, envolvendo temas religiosos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da Coligação Brasil da Esperança, participarão do encontro Evangélicos com Lula e Alckmin, em São Gonçalo (RJ), nesta sexta-feira (9), às 10h, no Centro Cultural Seven Music. O evento será transmitido pelas redes do ex-presidente.

A Coligação Brasil da Esperança é formada pelas federações FE BRASIL (PT/PV/PC do B) e PSOL/REDE, PSB, Solidariedade, Avante e o Agir.

Conforme a coordenação de campanha tem defendido, o encontro de Lula com pastores e lideranças religiosas ocorrerá num casa de eventos, em vez de uma igreja, pois evita misturar o debate político com a religião. Bolsonaro tem participado de cultos onde as reações dos crentes têm sido de rejeição.

O ex-presidente disse no dia 19 de agosto, em entrevista, que não pretende colocar a religião em sua pauta política. “Não quero ficar disputando voto religioso, porque eu acho que não faz parte da minha cultura política estabelecer qualquer princípio de guerra santa na política”, declarou o candidato.

No último dia 2, em Manaus, Lula afirmou que todas as religiões precisam ser respeitadas e que todos devem ter liberdade de escolher a religião e professar a fé. “O Estado brasileiro não pode ter religião. O Estado brasileiro é laico. Eu sou católico e eu acho que, da mesma forma que o Estado não pode ter religião, a igreja não pode ter partido”, disse o ex-presidente.

Num eventual novo governo, disse, todas as crenças serão respeitadas, como prevê a Constituição brasileira. “Eu quero que vocês saibam que todas as religiões desse país serão profundamente respeitadas. Todo mundo tem o direito de crer no seu Deus e todo mundo tem o direito de professar a sua fé”.

O ex-presidente lembrou que foi em seus governos que a Lei de Liberdade Religiosa foi criada e foi ele também que criou a Marcha para Jesus. “Criamos o maior grau de liberdade para professar a religião que cada um deseja. (…) Haverá respeito a todas as religiões. A religião de matriz africana, aos evangélicos, aos católicos, aos judaicos, aos islâmicos… todo mundo será respeitado porque é isso que está na Constituição brasileira”.

Máquina de mentira e ódio

Já no dia 5, segunda-feira passada, foi a vez do padre Júlio Lancellotti pedir para que a população não caia em notícias falsas: “Lula não fecha igrejas, Lula abre o coração”, declarou, durante encontro do ex-presidente com beneficiários, trabalhadores, pesquisadores e entidades que atuam na defesa e no fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas), em São Paulo (SP).

“Lula, você sabe o quanto nós temos esperança, o quanto nós precisamos de alguém que olhe para o povo, de alguém que sentiu fome, que sentiu desprezo, que foi maltratado. Você carrega isso na tua pele e você deve isso a Deus. Leve um dia essa tua missão a Deus dizendo: Eu cumpri o que Deus me deu como missão”, completou.

A máquina de ódio bolsonarista espalhou pela internet várias “fake news” sobre Lula apoiar “invasões de igrejas e perseguição de cristãos”. O caso foi parar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde a ministra Cármen Lúcia determinou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro apague de seus perfis nas redes sociais publicações mentirosas sobre o assunto.

Com essa disseminação de ódio e mentiras envolvendo religião, Bolsonaro tem mantido alguma aceitação entre evangélicos. Pesquisa PoderData desta quinta (8), 43% dos entrevistados se declararam católicos e 29%, evangélicos. A taxa dos que aprovam a gestão e Bolsonaro entre evangélicos é de 52%, enquanto a desaprovação é de 42%. No eleitorado que se identifica como católico, a situação é inversa. Os que desaprovam o desempenho da administração bolsonarista são 58%. Outros 34% afirmam aprovar o governo.

No sábado (10), a agenda de Lula e Alckmin será com Fernando Haddad, na Grande São Paulo. Será o ato Todos Juntos por São Paulo, em Taboão da Serra (SP), às 11h, à Rua Salvador Branco de Andrade, 65, Jardim São Miguel (ao lado do Senac). O evento será transmitido pelas redes do ex-presidente.