Bolsonaro chega à véspera do 7 de Setembro golpista com 57% de rejeição

Segundo colocado nas pesquisas, presidente continua com a maior rejeição; pesquisa ouviu 2.512 pessoas entre 2 e 4 de setembro em 158 municípios

O eleitorado feminino é um obstáculo para o crescimento de Bolsonaro em todos os cantos do país | Foto: Tomaz Silva/EBC

A Pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada na noite desta segunda-feira (5) trouxe péssimas notícias para Jair Bolsonaro (PL) ao apontar que, mesmo depois de 20 milhões de famílias receberem o Auxílio Brasil, seus números não melhoraram. O estudo, encomendado pela Globo, mostra que 57% das pessoas continuam reprovando a maneira como o presidente está governando o Brasil, enquanto 38% aprovam – 5% não souberam responder. Os números são os mesmos registrados na pesquisa anterior, em 29 de agosto.

Às vésperas do 7 de Setembro, a pesquisa Ipec ainda amplia a pressão sobre presidente que queria chegar ao Dia da Independência encurtando a distância com Lula (PT), hoje na liderança com 13 pontos de vantagem. A ideia era que a manobra fosse capaz de transformar os festejos em uma demonstração de força do governo, coisa que nem as suas medidas eleitoreiras, como o corte do preço da gasolina e a distribuição do auxílio de R$ 600, conseguiram. Especialmente depois que a campanha do PT passou a ressaltar que o benefício está garantido somente até dezembro.

Na pesquisa, Bolsonaro oscilou de 29% para 27% entre eleitores beneficiários do Auxílio, a mesma variação negativa do ex-presidente Lula, que foi de 52% para 50%.

PEC do desespero e o eleitorado feminino

Em queda no Sudeste e entre quem ganha entre um e dois salários mínimos, além de variar para baixo no Nordeste, o presidente chega às últimas semanas da campanha sem muitas novidades. Até o momento, a pesquisa revela o fracasso da tentativa de Bolsonaro de aumentar sua popularidade atrelada a “PEC do desespero” – que decreta estado de emergência e amplia benefícios sociais em ano de eleições, como o corte nos preços dos combustíveis, o novo Auxílio Brasil e os vários vales taxistas e caminhoneiros.

Como se não bastasse, após o debate de presidenciáveis na TV Band, houve ainda um avanço numérico da rejeição de Bolsonaro entre o eleitorado feminino. Pesa contra Bolsonaro, além do crescimento do percentual de eleitores que descartam sua reeleição, o recuo de suas intenções de voto entre às mulheres.

Na pesquisa divulgada ontem (5), 26% das eleitoras declararam voto em Bolsonaro, ante 29% na rodada anterior- e são 54% das eleitoras as que dizem não votar de jeito nenhum no candidato à reeleição. No período entre a realização dos dois levantamentos, Bolsonaro foi alvo de críticas por ofender a jornalista Vera Magalhães no primeiro debate de presidenciáveis na TV, no dia 28 de agosto. Na ocasião, Bolsonaro usou termos pejorativos e misóginos ao rebater a pergunta da jornalista sobre a cobertura vacinal em seu governo.

Se as manifestações de 7 de setembro repetirem o roteiro de intervenção no STF de 2021, Bolsonaro corre o risco de aumentar ainda mais sua rejeição, que foi de 46 a 49% em duas semanas. Com Lula e seus 50% dos votos válidos (já excluídos votos brancos e nulos e indecisos) na margem de erro de vencer no primeiro turno, uma aposta golpista ficou mais arriscada.

A pesquisa ouviu 2.512 pessoas entre 2 e 4 de setembro em 158 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR‐00922/2022.

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Com informações de agências

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