Governo turbina PIB para ganhar votos, mas crescimento é artificial

Medidas eleitoreiras do governo para PIB de 1,2% no 2º trimestre colocam problemas para 2023.

Foto: Agência Brasil

Graças às medidas eleitoreiras do governo Jair Bolsonaro (PL), a economia brasileira registrou aquecimento no segundo trimestre de 2022. Mas o crescimento de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (1), é artificial e datado.

Um dos aspectos responsáveis pelo avanço foi a despesa de Consumo das Famílias que cresceu 2,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Os números do consumo foram “turbinados” pelo governo federal com a liberação do FGTS estimado em R$ 30 bilhões, a antecipação do 13° para aposentados e pensionistas, medidas de crédito (como o consignado atrelado ao Auxílio Brasil e ao Benefício de Prestação Continuada), e o próprio furo do teto de gastos pela PEC Kamikaze que permitiu o pagamento do Auxílio.

No entanto, estas medidas não garantem que o crescimento se sustente para o próximo ano. Isso acontece porque, por um lado, o dinheiro na mão das pessoas que fomenta o consumo tende a acabar e, por outro, porque o governo está gastando dinheiro com orçamento secreto e tirando dinheiro dos estados, da saúde e da educação, para baratear a gasolina.

Assim, a avaliação geral é de que mesmo com este PIB a sensação é de mal-estar. O Brasil tem quase 40 milhões de trabalhadores informais, a inadimplência atinge quase 68 milhões de brasileiros, segundo a Serasa Experian, e a inflação dos alimentos se aproxima de 15% ao ano, conforme o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).

Com este cenário, a renda dos brasileiros está estagnada e a arrecadação do governo para investir é pequena para 2023, após as desonerações como a feita com os combustíveis e a energia. Ou seja, o governo gasta o dinheiro até outubro com foco em um crescimento momentâneo, caracterizando um estelionato eleitoral.

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