STF pode investigar compra de imóveis com dinheiro vivo pelo clã Bolsonaro

Desde 1990, metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi adquirido total ou parcialmente com dinheiro em espécie, conforme levantamento do UOL

(Fotos: MTST)

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou nesta quarta-feira (31) uma petição ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando a investigação da compra de imóveis por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus familiares em transações realizadas com dinheiro vivo.

Desde 1990, metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi adquirido total ou parcialmente com dinheiro em espécie, conforme levantamento do UOL. As compras somaram R$ 13, 5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, o valor equivale atualmente a R$ 25, 6 milhões.

Com isso, a ação pede que sejam tomados os depoimentos de Bolsonaro e seus familiares, além de “medidas acautelatórias indispensáveis ao esclarecimento dos fatos, como o bloqueio de contas e a busca e apreensão dos telefones celulares e computadores utilizados, a sua perícia e a imediata publicidade sobre os conteúdos que digam respeito ao manifesto interesse público”.

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Para Randolfe, os fatos devem ser apurados com urgência para que o caso seja esclarecido e ocorra a reparação de eventuais danos ao erário. “O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. Por isso, é direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público”, destacou.

Protesto ao lado da mansão de Flávio Bolsonaro no Lago Sul

“Qual o problema”

Questionado sobre o caso, Bolsonaro não viu problema e disse que estava sendo perseguido junto com a família. “Qual o problema, comprar com dinheiro vivo algum imóvel? Investiga, meu Deus do céu, investiga. Quantos imóveis são?”, questionou.

Ele ainda tentou se justificar: “Já foi investigado. Desde quando eu assumi, 4 anos de pancada em cima do Flávio [Bolsonaro, senador], do Carlos [Bolsonaro, vereador], Eduardo [Bolsonaro, deputado federal], menos. Tenho cinco irmãos no Vale do Ribeira. O que eu tenho a ver com o negócio deles?”, argumentou.

Com informações da Assessoria de Comunicação do senador Randolfe Rodrigues

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