Sem reajustes há 4 anos, servidores serão beneficiados com vitória de Lula

Eleito, o ex-presidente já estudada conceder reajuste gradual aos servidores com base no crescimento econômico do país

(Foto: Scarlett Rocha/SINASEFE)

Bolsonaro será marcado com o primeiro presidente da República, em 20 anos, a concluir o mandato e não conceder sequer um reajuste para os servidores públicos. Por conta da legislação eleitoral, o prazo para a concessão do benefício se expirou no dia 4 de julho passado, e agora só resta pensar numa recomposição no próximo ano.

 Eleito, o ex-presidente Lula já estudada conceder reajuste gradual aos servidores com base no crescimento econômico do país.

“A proposta é gradual e leva em conta o crescimento da economia. À medida que o País volta a crescer, aumenta a receita, e, portanto, ele faz o plano, como fez em 2003, de gradativamente fazer essa recuperação (salarial)”, disse ao Estadão o ex-governador do Piauí, Wellington Dias.

Dias, que é um dos interlocutores do ex-presidente na área econômica, afirmou que essa estratégia deve ser usada também para os reajustes do salário mínimo e da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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O economista Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma e ex-secretário de Política Econômica de Lula, lembrou que os governos do PT fizeram acordos plurianuais com todas as carreiras. “Caso Lula seja o eleito, um novo acordo será precedido de ampla discussão de carreiras e salários”, afirmou.

O ex-presidente Lula vai recriar a mesa de negociação permanente com todas as categorias de servidores públicos para debater a situação de cada setor. O fato é que o atual mandatário desprezou a categoria e ignorou a importância deles para o país.

De acordo com a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, “por negligência do governo, os 1 milhão e 200 mil servidores da União, ativos e inativos, e seus pensionistas, não tiveram seus direitos mínimos respeitados”.

Em nota, a frente lembra o “presente” de 2019, quando a Reforma da Previdência de Bolsonaro e seu ministro-banqueiro, Paulo Guedes dobrou a alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 22%.

Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que não houve qualquer reposição salarial há mais de cinco anos, o que deixou os servidores sofrendo com o impacto inflacionário. Diante disso, eles perderam quase 30% do poder de compra.

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil )

Segurança

A campanha de Lula destacou ainda o caso emblemático de Bolsonaro com as policias Federal, Rodoviária e Penal, categorias ligadas ao Ministério da Justiça. “Prometeu, enrolou, e não cumpriu. Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, instrumento que estabelece quais serão as metas e prioridades dos recursos públicos para o próximo ano, Bolsonaro enganou os policiais que integram as carreiras federais e vetou artigo que previa a reestruturação e a recomposição salarial da categoria”, diz nota.

“A valorização do profissional de segurança pública será um princípio orientador de todas as políticas públicas da área. Serão implementados canais de escuta e diálogo com os profissionais, programas de atenção biopsicossocial, e ações de promoção e garantia do respeito das suas identidades e diversidades”, diz o programa de governo de Lula.

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