Lula defende Zona Franca de Manaus contra os ataques do atual governo

O ex-presidente fará campanha no Amazonas onde participa de ato público, visita fábrica e debate com entidades o desenvolvimento sustentável da região

Linha de produção da Moto Honda, fábrica que será visitada por Lula (Foto: Divulgação/Moto Honda)

O ex-presidente Lula estará em campanha, nesta quarta-feira (31), pelo Amazonas onde os institutos de pesquisas lhe colocam na dianteira contra Bolsonaro na corrida presidencial. Em entrevista nesta terça-feira (30) à Rádio Mais Brasil, o candidato disse que o atual presidente vive ameaçando tirar os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) quando deveria entender a importância do modelo econômico para o estado.

Em Manaus, Lula participará do ato “Todos Juntos pelo Brasil e pelo Amazonas” que será realizado às 18h, no Espaço Via Torres. Na capital, ele ainda visitará a fábrica da Moto Honda e o Museu da Amazônia, onde se reunirá com 35 entidades e movimentos sociais para falar de desenvolvimento sustentável na região.

“O que nós precisamos são novas empresas, sobretudo empresas limpas e não poluentes para que a gente pudesse fortalecer a Zona Franca de Manaus, gerando mais oportunidade de emprego, mais arrecadação e benefício. Lamentavelmente, você tem um presidente que vive a ameaçar a Zona Franca de Manaus e tirar benefícios das empresas”, criticou Lula.

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O ex-presidente lembrou que quando foi presidente prorrogou os incentivos fiscais da ZFM por mais dez anos e, no governo de Dilma Rousseff, os mesmos benefícios foram estendidos por mais 50 anos. “Quando fui presidente não apenas prorroguei por mais dez anos, mas foi o melhor momento de geração de empregos na Zona Franca de Manaus”, lembrou.

Lula também recordou que no seu governo houve um acúmulo de experiência em relação as políticas para o Amazonas. “Nós dedicamos uma boa parte do nosso esforço para a gente fazer com que as coisas acontecessem nas cidades do interior e em Manaus”, disse.

(Foto: Reprodução)

BR-319

O ex-presidente também defendeu a recuperação da BR-319 (Manaus-Porto Velho-RO) que liga o Amazonas ao restante do país por via terrestre. De acordo com ele, é “plenamente possível” fazer essa obra garantindo a preservação ambiental.

Lula lembrou que o debate sobre a BR-319 já dura mais de dez anos. Sem ter conhecimento das atuais exigências ambientais, ele acredita ser possível recuperar a estrada.

“Não queremos transformar o estado do Amazonas em um santuário da humanidade. Moram milhões de pessoas no estado do Amazonas e nós vamos dar a essa gente o direito de civilidade, o direito de viver bem, de ir e vir”, afirmou.

“É plenamente possível você trabalhar corretamente a questão climática e ambiental e dar a segurança necessária para fazer uma ou duas estradas que possam interligar o estado do Amazonas com o resto do país”, completou.

Amazônia

Ao ser questionado sobre sua proposta para a Amazônia, o ex-presidente repetiu que não quer transformar a região num santuário ecológico.

“Esse é o grande desafio que está colocado para o Brasil, mas também a grande oportunidade: eu disse ontem, em um encontro com parlamentares europeus, que a gente não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade; existem pessoas que moram na área das florestas, essas pessoas precisam viver dignamente, tem que morar, (tem que ter) água para beber, um tratamento civilizado e digno, essas pessoas precisam ser tratadas com respeito”, disse.

“Nós temos que saber que é plenamente possível não fazer mais desmatamento e queimada, explorar a riqueza da biodiversidade existente para que a gente possa tirar dessa riqueza, quem sabe, o fortalecimento de indústria na área de fármaco, cosméticos, para que a gente possa garantir não apenas proteção planetária para o clima, mas extrair dela a riqueza necessária”, comentou.

“Eu pretendo discutir como é que o povo ribeirinho vive, como é que os nossos pescadores veem…Muita gente depende da natureza para sobreviver financeiramente. Se nós ganharmos as eleições, quero fazer uma reunião com todos os governadores, dos 27 eleitos, para que a gente discuta um banco de infraestrutura, as coisas mais importantes em cada estado, para que a gente possa gerar emprego e oportunidade para as pessoas sobreviverem bem”, completou o ex-presidente.

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