40% não gostam de jeito nenhum de Bolsonaro; rejeição dobra em 4 anos

Para Luciana Veiga, da Unirio, a postura de Bolsonaro como presidente incluenciou a percepção das pessoas. Eleitores “enxergam nele inadequação, falta de empatia, entre outras coisas”.

O número de eleitores que dizem não gostar “de jeito nenhum” de Jair Bolsonaro (PL) disparou em quatro anos. Nas eleições 2018, 20% rejeitavam o então candidato que concorria à Presidência da República pela primeira vez. Agora, em 2012, 40% declaram não gostar de Bolsonaro, que disputa a reeleição.

É o que aponta o Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp, com base em dados de seu “Estudo Eleitoral Brasileiro” (Eseb) e da pesquisa “A cara da democracia”, feita em junho pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (25) pelo blog O Pulso, do jornal O Globo.

Segundo a postagem, “a imagem de Bolsonaro se desgastou durante o mandato no Executivo e o presidente viu cair pela metade sua base de apoiadores. O percentual dos que declaravam ‘gostar muito’ de Bolsonaro passou de 26% no pós-eleição de 2018 para 13% no último mês de junho.

Na opinião de Luciana Veiga, professora do Departamento de Estudos Políticos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), a postura de Bolsonaro como presidente incluenciou a percepção das pessoas. “Os 13% que mostram afetividade positiva a ele hoje gostam do seu jeito de falar o que pensa, lhes passa sinceridade, verdade e coragem”, explica. “Os demais enxergam nele inadequação, falta de empatia, entre outras coisas. Boa parte do eleitorado de Bolsonaro releva vários aspectos de seu jeito de ser – se identifica com uma parte e releva a outra.”

Numa escala de zero a dez (“sendo zero ‘não gosto de jeito nenhum’ e dez ‘gosto muito’”), a média de Bolsonaro é quatro, conforme o Cesop. Trata-se da pior avaliação de um presidente do Brasil nos últimos 20 anos. “Nas escolas brasileiras, Bolsonaro teria repetido de ano”, ironiza o blog.

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