Giovana Mondardo sobre eleições 2022: “ano decisivo para as nossas vidas”

Em entrevista, a candidata a deputada federal (PCdoB-SC) comentou também sobre saúde pública, enfrentamento ao machismo e violência política de gênero, falou do impacto da má gestão bolsonarista em seu estado e no restante do país.

Em entrevista à TV Vermelho, a vereadora mais jovem do município de Criciúma, Giovana Mondardo (PCdoB-SC), candidata a deputada federal pelo PCdoB-SC, classificou as eleições deste ano como “decisivo para as nossas vidas”.

Formada em Odontologia e se especializado em cirurgiã-dentista, a vereadora ainda é especialista em Atenção Básica e Saúde da Família e em Gestão de Saúde, além de estar fazendo mestrado em Saúde Coletiva. Mesmo jovem, com 29 anos de idade, Giovana contou como foi sua trajetória política até ser eleita a segunda vereadora mais bem votada de sua cidade em 2020, em sua primeira eleição.

“Foi a saúde pública que de fato me levou para a política. A militância no movimento estudantil na universidade me despertou para compreender o que a Sistema Único de Saúde representava para o povo brasileiro. Me organizando politicamente é que percebi que não é só um grande projeto de direito e acesso à saúde de qualidade, mas também um projeto de transformação do país”, contou.

A parlamentar comentou também que no movimento estudantil passou a ocupar alguns espaços fundamentais, como de conselhos municipais e estaduais de saúde e foi representante na 15ª Conferência Nacional de Saúde, como delegada. “Foi uma construção muito bacana”, considerou. “É preciso compreender que os espaços institucionais são necessários para que a luta pela saúde pública seja efetivada e transformada. Criando perspectivas melhores para a sociedade brasileira”.

Eleita em  2018 com apenas 27 anos de idade, Giovana contou que é a única vereadora do campo popular e progressista na Câmara Municipal de Criciúma, de Oposição ao prefeito, Clésio Salvaro (PSDB). Ela ressaltou as dificuldades que enfrenta no cotidiano do legislativo municipal, mas que mesmo assim conseguiu colocar em pauta e ainda aprovar mais de uma dezena de projetos de Lei e avançar em temas importantes em pouco mais de um ano e meio de mandato.

“Conseguiu aprovar 17 leis, com muito esforço coletivo e com a participação da população que entendia que os assuntos que a gente trouxe para o parlamento eram necessários de serem feitos”.

A vereadora citou que em pouco tempo, pautas de saúde, educação, assistência social e combate à violência contra as mulheres foram assuntou norteadores do mandato. Segundo ela, foram aprovadas duas leis de sua autoria para a população LGBTQIA+ do município e outras leis de enfrentamento a violência das mulheres e outros dispositivos.

Giovana também falou do machismo estrutural na política e a violência de gênero sofrida pelas mulheres. Para ela, é preciso que os partidos e a sociedade garantem uma vida ativa da mulher na política, a sua manutenção em segurança no mandato, além de considerar a viabilidade política e eleitoral. “Para que as mulheres se sintam seguras em seus mandatos”, recomendou.

Eleições

Sobre as eleições para a presidência do Brasil, a candidata falou que Santa Catarina tem perspectivas muito positivas na disputa do campo progressista que apoia Lula, “apesar de muitos apoiadores bolsonaristas no estado, ela acredita que “tem se consolidado uma transformação de apoio ao Lula”.

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Ela criticou “a má gestão do governo federal” durante a pandemia. Lembrou que o único país que trocou quatro vezes de ministro da Saúde, gerando “uma crise política, ética e moral que também repercutiu em Santa Catarina”, recordou a vereadora.

O impacto dessa crise sobre a juventude brasileira também foi criticado pela candidata. Segundo ela, foram mais de 10  mil jovens que abandoaram a escola para substituir pelo trabalho para ajudar as famílias a colocarem comida na mesa.

Santa Catarina

Segundo a vereadora, o impacto para o estado passa para a avaliação de várias nuances, disse, criticando também o governo estadual, “eleito pela onda bolsonarista” que deixou de investir 44 bilhões de reais do governo federal em rodovias. De acordo com Giovana, o governo Bolsonaro segurou verba que estavam empenhados para infraestrutura e o governo de SC teve que bancar as obras de duplicação da BR-470.

“Na construção de um perspectivas para o estado deixamos de investir em infraestrutura e que agora o governo estadual está tendo que cumprir, investindo quase 500 milhões de reais em obras de rodovia, o que era para ter feito com recursos da União”, contou.

Giovana contou também qual o resultado da gestão bolsonarista com ausência de políticas públicas e de geração de emprego e renda sobre o povo mais humilde. Como no resto do país, a população mais pobre de Santa Catarina ficou ainda mais pobre, aumentando ainda mais a desigualdade social. “São mais de 600 mil pessoas vivendo em condições precárias de moradia, mais de 500 mil vivendo com algum tipo de insegurança alimentar, as pessoas de fato sofrem todos os dias, experimentam a desigualdade no seu maior efeito”, explicou.

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Um dos estados mais desiguais do país, Santa Catarina aumentou ainda mais neste período a concentração de renda na mão de poucos. Para Giovana, os que defendem o governo Bolsonaro, “entendem que o lucro está acima da vida das pessoas”.

Para a disputa eleitoral ao governo de Santa Catarina, a Federação Brasil da Esperança tem como candidato o professor e advogado Décio Lima (PT). Além de Giovana, o PCdoB-SC apresenta ainda a candidatura de Valduga para deputado estadual.

Para Giovana o mais importante agora é “superar essa crise e voltar a desenvolver o país”.

Confira a íntegra da entrevista:

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