Cida Pedrosa é primeira autora brasileira anunciada na Flip 2022

Depois de duas edições híbridas, devido à pandemia de Covid-19, a Flip estará de volta às ruas da cidade fluminense de Paraty

A poeta nordestina Cida Pedrosa tem três grandes encontros marcados nos próximos meses. O primeiro será com o eleitor, em 2 de outubro. Vereadora do Recife, ela é candidata a deputada estadual pelo PCdoB-PE. O segundo será com o leitor. Em novembro, a autora lança seu próximo livro, Araras Vermelhas (Companhia das Letras).

O terceiro encontro é (digamos assim) com a comunidade das letras. Neste sábado (20), Cida foi anunciada como primeira autora brasileira na 20ª Festa Literária Internacional de Paraty – a Flip 2022 –, que ocorre de 23 a 27 de novembro. Depois de duas edições híbridas, devido à pandemia de Covid-19, a Flip estará de volta às ruas da cidade fluminense de Paraty.

Segundo os organizadores, neste ano a Festa vai celebrar não apenas o próximo lançamento de Cida Pedrosa – mas também sua história. Natural de Bodocó (PE), a poeta “é conhecida tanto por sua trajetória política como literária, para ela, indissociáveis”, conforme ressalta o texto de apresentação da Flip.

Além da atuação parlamentar como vereadora, Cida, militante dos direitos humanos, também tem experiência no Poder Executivo – ela foi secretária municipal do Meio Ambiente e da Mulher no Recife. Sua produção literária está em permanente destaque. Em 2020, com Solo para Vialejo (Cepe Editora), a autora venceu dois prêmios Jabuti – melhor “livro de poesia” e “livro do ano”.

“A obra e a trajetória de Cida Pedrosa colocam em pauta novas centralidades em um país tão diverso culturalmente – mas ainda tão desigual no sentido das representações”, diz Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip. “Sua poesia mostra uma das grandes funções sociais da literatura: a potência do exercício de criar e pensar.”

Para Fernanda Bastos, uma das curadoras da Flip 2022, “Cida Pedrosa carrega, junto com a poesia, uma postura ética com relação à literatura e com a sua gente, do Sertão, do Brasil, de todo lugar. A poesia da autora é um canto de esperança”. Outro curador, Pedro Meira Monteiro, acrescenta: “A poesia de Cida Pedrosa é um encanto e uma surpresa: telúrica e sonora, ao lê-la parece que estamos sempre ouvindo algum som distante, cheio de significação. É como se o mundo se fizesse canto”.

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