Em BH, Lula diz que estatais vão contribuir para o desenvolvimento e industrialização

O candidato a presidente disse que não vai mais ter privatização de bancos públicos e outras empresas estatais, para que a industria seja recuperada.

Comício em Belo Horizonte é o primeiro da campanha de Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Em seu primeiro ato público na campanha eleitoral de 2022, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca seu terceiro mandato no Planalto, afirmou que a juventude brasileira vai “parar de ter pesadelo”. Na noite desta quarta-feira (18), ele participou de um comício que levou mais de 100 mil pessoas à Praça da Estação, em Belo Horizonte (MG), segundo os organizadores.

Destacou-se a afirmação do candidato de que não privatizará mais as estatais, sob ameaça de venda por Jair Bolsonaro. Ele se comprometeu a, uma vez eleito, “recuperar a indústria brasileira”. De acordo com ele, estatais como a Petrobras, os bancos federais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, além dos Correios “não serão mais privatizadas”. Especialmente os bancos e a Petrobras contribuem para criar a cadeia produtiva nacional de reindustrialização. Estas empresas têm sido ameaçadas constantemente pelo atual governo, que já vendeu estatais como a Eletrobras.

Juventude com oportunidades

Lula dirigiu-se à juventude desencantada com o atual governo, com o objetivo de demonstrar sua disposição para garantir um futuro melhor. Os jovens têm se revelado um dos principais apoiadores da reeleição do ex-presidente, segundo as pesquisas.

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“Vamos garantir oportunidades para que os jovens possam trabalhar, estudar e viver dignamente”, afirmou Lula. “Nós já conseguimos provar que podemos andar de cabeça erguida em qualquer lugar do mundo. O Brasil, no nosso governo, era a sexta economia do mundo”, lembrou.

Elevando o tom, Lula afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é “desequilibrado mentalmente”, além de “estar mais para fariseu do que para cristão”. O ex-presidente contrapôs os avanços de seu governo (2003-2010) aos retrocessos das gestões Michel Temer (2016-2018) e Bolsonaro (desde 2019). Na tarde de hoje, viralizou um vídeo em que o presidente da República se descontrola com um influenciador digital e tenta agredi-lo.

“O que está em jogo é a democracia ou barbárie”, resumiu Lula. “Vou dedicar cada segundo da minha vida a reconstruir este país”.

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Declarando-se “especialmente emocionado”, o petista agradeceu o povo mineiro por mais um apoio. Ele ainda desceu do palanque emocionado para abraçar um eleitor cadeirante que cantava durante todo o seu discurso. Foi na mesma Praça da Estação que, em 1989, Lula encerrou em Minas sua primeira campanha presidencial.

Lula subiu ao palanque ao lado do candidato ao governo de Minas Gerais Alexandre Kalil (PSD). Estavam no palanque também o candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB); o candidato a vice-governador de Minas Gerais, André Quintão (PT); o senador Alexandre Silveira (PSD); e o deputado federal André Janones (Avante).

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o estado é o segundo maior em número de eleitores do país. São mais de 16 milhões de eleitores ou 10,4% do eleitorado brasileiro.

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