Micro e pequenos empreendedores se encontram com Lula, que sinaliza com Ministério

Junto com o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, Lula recebeu apoio e ouviu depoimentos de empreendedores nesta quarta-feira (17), em São Paulo (SP).

Foto: Reprodução Canal PT

O ex-presidente Lula (PT), candidato à presidência da República, e o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), se encontraram com micro e pequenos empreendedores nesta quarta-feira (17), em São Paulo (SP).

Na ocasião foram debatidas políticas públicas para que as pequenas empresas sejam incentivadas e retomem a trilha de crescimento iniciada por Lula em seus governos.

Na sua fala, o ex-presidente disse: “Eu não sei se está funcionando o Ministério da Pequena e Média empresa, vai ter que funcionar”.

Lula se referiu a Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE) que tinha status de ministério e foi extinta em 2015 com a reforma ministerial.

Leia também: Lula dá largada à campanha com metalúrgicos na porta da Volkswagen

Ele também lembrou que o setor teve grandes perdas durante a pandemia e por isso pretende criar linhas de crédito, empréstimos e realizar renegociações voltadas aos micros e pequenos empreendedores por meio dos bancos públicos.

“O futuro pode até esperar a gente criar coisas novas, mas a gente não pode deixar que vocês morram por causa da dívida que contraíram por causa da pandemia. Por isso vamos levar muito em conta e muito a sério essa questão da dívida de vocês”, disse Lula aos empreendedores que tem entre as suas principais preocupações as dívidas contraídas durante o pico da pandemia de covid-19.

Já Alckmin pediu aos empresários para que comparassem a chapa que representa com a do atual governo.

“Eleição é escolha e comparação. Mário Covas dizia que o povo não erra, ele precisa ter todas as informações. É o nosso dever levar essas informações. A democracia brasileira corre risco, um governo que permanentemente trabalha contra as instituições”.

Dados

Com base em dados do Sebrae, o Brasil conta com 12 milhões de MEIs (Microempreendedores Individuais), 7 milhões de microempresas e 1 milhão de empresas de pequeno porte. Desses números, 49% estão no setor de serviços, 30% no comércio, 13% na indústria, 7% na construção civil e 1% na agropecuária. Ao todo, os micros e pequenos empreendedores geram 70% dos empregos formais e impactam a vida de mais de 80 milhões de brasileiros, empregando 3 vezes mais do que as médias e grandes empresas.

Durante o encontro, diversas vezes foi lembrado pelos presentes que foram nos governos Lula que ocorreu a criação do Estatuto da Microempresa, em 2006, do regime tributário do Simples Nacional, em 2007, e o Micro Empreendedor Individual (MEI) em 2009 – medidas que permitiram a formalização e o crescimento dos micro e pequenos empreendedores.

Depoimentos

Com depoimentos de micro e pequenos empreendedores, ou mesmo de empresários que começaram pequenos e se tornaram grandes como o mineiro Mário Valadares que hoje possui shoppings e outlets, os empreendedores falaram sobre como o governo de Lula foi importante para eles e sobre a necessidade de que ele vença as eleições para que o Brasil volte a crescer.

A sócia do restaurante Canto Madalena Tita Dias, apontou que o país conta com 750 mil bares e restaurantes formalizados. Com dados do Sebrae/Caged, ela explica que a cada 10 empregos criados, 7 foram nas pequenas empresas, com a maior parte sendo no setor da alimentação.

Apesar dessa importância, Tita indica que a pandemia prejudicou o setor e que as medidas do governo Jair Bolsonaro (PL), como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE), não auxiliaram os empreendedores, com isso muitos se endividaram. Tita classifica a atuação do governo como pequena e irrisória: “o governo Bolsonaro é inimigo da pequena empresa”.

Leia também: Posse histórica no TSE reafirma confiança nas urnas e na democracia

A empresária, utilizando dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), ainda colocou que “40% dos bares estão faturando menos do que antes da pandemia, 35% operando em prejuízo e 45% com dívidas”.

Dessa forma, Tita disse para Lula e Alckmin que a recuperação econômica dos endividados irá passar por eles, porque as estimativas apontam que a recuperação ainda pode demorar 3 anos.

A empresária da área do artesanato Denise Spada enxerga que não é possível o Brasil prosperar enquanto o país volta par ao mapa da fome.

“São famílias inteiras por trás desses números, crianças e mulheres. No meu setor, mais de 79% são mulheres trabalhando. A gente tem que acreditar que a gente pode voltar a crescer”, falou.

O ato contou também contou com os depoimentos do artista plástico e empresário setor cultural Élon Brasil, da Escola Sorvete Francisco Santana, do empresário da construção civil Ignácio Zurita, do Ó do Borogodó Stefânia Golla, do Gastronomia Periférica Edson Leite, da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina (Abifina) Michael Haradon e também do ex-diretor de pequenas empresas do Banco do Brasil Valdir Oliveira, do ex-presidente do Sebrae Nacional e ex-ministro do Turismo Luiz Barreto e do professor da FEA-USP Paulo Feldmann.

Ainda estiveram no encontro a presidenta do PT Gleisi Hoffmann, o presidente da Fundação Perseu Abramo Aloisio Mercadante e o diretor do Instituto Lula e ex-presidente do Sebrae Paulo Okamoto. No ato também foram transmitidos vídeos com depoimentos gravados de outros empreendedores.