Campanha de Lula diz que Bolsonaro promete, mas não entrega água no sertão

O Estadão revelou que o governo o contratou R$ 1,2 bilhão para o programa “Força-tarefa das águas” criado para perfurar poços no Nordeste e Minas, mas as obras foram paralisadas

(Imagem: Campanha do Lula)

A campanha do ex-presidente Lula deu destaque no site do candidato para mais uma denúncia de corrupção envolvendo o desgoverno Bolsonaro. Depois de investigar por três meses, o Estadão revelou nesta terça-feira (16) que o governo contratou R$ 1,2 bilhão para o programa “Força-tarefa das águas” criado para perfurar poços no Nordeste e norte de Minas Gerais, mas as obras foram paralisadas sem a colocação de bombas para retirada de água.

“A força-tarefa de abertura de poços envolveu três órgãos controlados por apadrinhados do próprio Ciro Nogueira (ministro da Casa Civil) e de líderes aliados do Planalto – a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Dnocs e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa)”, diz o jornal.

A campanha do ex-presidente afirmou que o governo é insensível às questões sociais e está na contramão das necessidades urgentes do país. “O governo Bolsonaro segue ignorando os mais pobres e contando muitas mentiras não só sobre os adversários políticos, mas também sobre os feitos de sua gestão. As obras públicas que ele diz fazer também são fake news. Consomem dinheiro público, mas não saem do papel”, criticou.

“Ao longo de três meses, o Estadão analisou contratos do atual governo que somam R$ 1,2 bilhão para a construção de poços no sertão. Os documentos mostram irregularidades em pregões milionários feitos em menos de dez minutos e a reserva de recursos para abertura de novos poços sem que outros sejam concluídos. O resultado é um cemitério de poços abandonados”, revela o jornal.

Leia mais: No discurso golpista, Bolsonaro tenta esconder fome, miséria e corrupção

Licitação de dez minutos

O jornal pontua que o governo fura poços pelo sertão, mas não instala os equipamentos do sistema de abastecimento. Em alguns casos, instala equipamentos precários, como bombas sem a potência adequada para destinar água até localidades mais altas. Em outros casos, a água potável não chega às casas; quando chega, é salobra.

Além disso, diz a reportagem, as licitações têm indícios de “superestimativa” de preço e limitação de concorrência. Uma licitação da Codevasf em Alagoas, de R$ 53 milhões, durou apenas dez minutos.

Sem se preocupar, de fato, com o povo, especialmente com os que mais precisam, o governo Bolsonaro faz troça da boa-fé dos brasileiros e quer enganar a todos, se passando como um governante que se preocupa com aqueles que vivem na seca, mas na verdade ele não se preocupa com nada nem ninguém, apenas com os seus.

Lula nas obras da Transposição do São Francisco (Foto: Divulgação)

Transposição do São Francisco

O ex-presidente Lula foi o único governante que de fato se preocupou e buscou soluções para o problema que causa flagelo no semiárido brasileiro. Por causa da seca, ainda criança teve que sair da cidade onde nasceu em busca de melhores condições de vida.

Por isso, uma das primeiras ações como presidente da República foi tirar do papel o projeto da transposição do São Francisco, que dormia em gavetas públicas desde os tempos do império. Os governos petistas ergueram mais de 80% da obra e só não fizeram 100% por causa do golpe que tirou Dilma Rousseff do poder em 2016, quando estava na metade do segundo ano do segundo mandato.

Além da transposição, os governos petistas criaram o programa responsável pela construção de mais de um milhão de cisternas, que revolucionaram a vida de quem penava com a falta de água para plantar e para comer.

Nos 13 anos dos governos de Lula e Dilma, foram 1,25 milhão de cisternas para consumo, 169,5 mil cisternas para produção (segunda água) e 6,9 mil cisternas escolares, totalizando 1,43 milhão de cisternas. As nações unidas reconheceram o programa como uma das principais políticas públicas do mundo.

Em viagem recente à Paraíba, Lula lembrou dos programas que levaram água para o semiárido e disse que, quando presidente, decidiu que ninguém o impediria de levar água para matar a sede de milhões de nordestinos. “E sabe por que fiz isso? Eu sei o que é, com sete anos de idade, sair com um jumento para ir pegar água no açude, tendo de ficar separando fezes de cabrito, de cavalo, de vaca ou de cabra, caramujo, para levar água para casa, colocar para assentar e, depois que assentava, tirava com uma canequinha para a gente beber. Eu sei o que é carregar água seis léguas de distância na cabeça para poder beber”, lembrou.

Com informações da lula.com.br

Autor