Justiça concede prisão domiciliar a bolsonarista que matou petista em Foz

Juiz converteu a prisão preventiva do policial Jorge Guaranho para domiciliar após o Complexo Médico-Penal de Pinhais alegar que não tem estrutura suficiente para receber o bolsonarista

Marcelo Arruda, guarda municipal e militante do PT, morreu após ser baleado por um apoiador de Bolsonaro durante sua festa de aniversário | Foto: Reprodução/Facebook

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu (PR) concedeu nesta quarta-feira (10) prisão domiciliar, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, ao policial Jorge José da Rocha Guaranho. Ele matou a tiros o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, durante o aniversário do petista com tema do partido, no dia 9 de julho. Veja a íntegra da decisão.

Guaranho teve alta do hospital Ministro Costa Cavalcanti e seria transferido para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Entretanto, como a unidade argumentou que não possui estrutura para receber o policial, a justiça decidiu pela prisão domiciliar monitorada. A defesa de Guaranho argumentou que ele necessita de auxílio para realizar atividades rotineiras, o que dificultaria que ele fosse recebido pela unidade hospitalar penal.

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O laudo médico do atual estado de saúde de Guaranho entregue para a Justiça diz que ele “encontra-se com quadro clínico dependente de acompanhamento fisioterápico, nutricional e neurológico para sua reabilitação e dependente de terceiros para as atividades básicas do cotidiano, e, portanto, incompatível com as condições estruturais atualmente apresentadas por este Complexo Médico Penal”.

Em nota, o filho de Marcelo, Leonardo Miranda de Arruda, expressou “total desapontamento” com o governo e com a Justiça e apontou que enquanto “o assassino” poderá passar o Dia dos Pais em casa, ao lado do filho e da família, ele e seus irmãos não terão mais a presença do pai para celebrar a data. “Após ter cometido tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho, se ‘recuperando’. E eu? E nós filhos de Marcelo? “, disse.

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Leonardo ainda questionou a falta de preparo do sistema prisional estadual, que não oferece a estrutura necessária para receber um preso em uma clínica médica penitenciária e chegou a marcar o governador Ratinho Júnior (PSD) na publicação.

“Através dessa nota, manifesto meu total desapontamento com a Justiça, as autoridades envolvidas e o Governo do Estado do Paraná. Neste dia 10 de agosto, um mês do assassinato de meu pai, Marcelo Arruda, o Governo não se mostra preparado para receber um ‘preso’ em uma Clínica Médica Penitenciária por não conseguir oferecer estrutura suficiente e através do Juiz responsável permitindo a prisão domiciliar. Após ter cometido tamanha barbárie e acabado com a vida de um pai de família, o assassino ficará em casa, curtindo o dia dos pais com seu filho, se ‘recuperando’. E eu? E nós filhos de Marcelo? Seguimos em busca de Paz e Justiça, por Marcelo Arruda!”

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Com informações de agências

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