Wadson Ribeiro: Bolsonaro é “inimigo número 1 de qualquer projeto de nação”

Em entrevista exclusiva, Wadson que foi integrante do governo Lula e Dilma no Ministério do Esporte. Deputado Federal e está concorrendo novamente a vaga pelo PCdoB-MG – criticou o governo Bolsonaro e de Zema em Minas.

O ex-deputado federal (PCdoB-MG), Wadson Ribeiro, em entrevista à TV Vermelho na noite desta terça-feira (9), criticou o desmonte das universidades brasileiras e os constantes ataques e tentativas de desmoralização que o governo Bolsonaro pratica contra o ensino público e gratuito.

Recente levantamento apontou que mais de 17 instituições federais de ensino superior podem ser obrigadas a suspender aulas e interromper atividades ainda em 2022, pois estão sem verba até para pagar contas básicas como de água e energia elétrica.

Para Wadson, o governo Bolsonaro é “inimigo número 1” da Educação e da Ciência e Tecnologia e “de qualquer projeto de desenvolvimento de nação”, por isso, faz esses ataques às universidades, visando a privatização do ensino.

Segundo o ex-deputado, com esse objetivo, “o governo percorre um caminho de sucateamento, diminuindo verbas de custeio das universidades, cortando programas essenciais de pesquisa, inviabilizando concursos para contratação de professores, de técnicos administrativos, acabando com programa de assistência estudantil, extensão universitária, de um modo que vai se criando um quadro de sucateamento que leva à privatização”.

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Na entrevista, Wadson contou que sua trajetória política teve início no movimento estudantil secundarista, onde participou de manifestações e já como estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Juiz de Fora (UFJF) foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e depois da União da Juventude Socialista (UJS). Sendo militante do PCdoB desde esta época.

Wadson foi ainda integrante do governo Lula, como secretário Executivo do Ministério do Esporte e continuou na instituição ainda no governo de Dilma Rousseff. Assumiu o mandato na Câmara dos Deputados, enquanto suplente, por pouco mais de um ano, até abril de 2016. Foi também Ouvidor Geral do Estado de Minas Gerais. Candidatou-se nas últimas eleições de 2020 a prefeito de Belo Horizonte.

Na entrevista, o presidente do PCdoB de Minas Gerais, Wadson classificou o governo de Romeu Zema (Novo) como “medíocre”, pois menosprezou a população e suas necessidades, principalmente no momento mais grave crise da pandemia e pela falta de investimentos do Estado, ressaltou.

Apesar das denúncias graves que o governador de Minas Gerais recebeu, o ex-deputado criticou a falta de repercussão da grande imprensa com informações sobre as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) que constatou aparelhamento da estatal e dispensa de licitação de contratação de executivos e até parentes em favor do partido do governador e de seus dirigentes (Novo). Além de um número elevado de convênios celebrados sem concorrência. É a utilização de uma empresa pública para cumprir interesses relacionados ao Novo, ponderou Wadson.

Ele também criticou o executivo estadual pelo seu comportamento como base de sustentação do governo Bolsonaro, “mas pintado, como o novo tenta se pintar. É um novo com ideias velhas” que não representa a diversidade do nosso povo, criticou Wadson, complementando que o governo Zema “chega ao final deste mandato fazendo a política mais antiga, fisiológica”.

Eleições em Minas

Sobre a disputa estadual, Wadson avalia que a construção da Federação no estado teve um nível de amadurecimento muito alto, com PT, PCdoB, PV. “Sempre travamos um diálogo muito profícuo e nós enxergamos que candidatura de Alexandre Kalil (PSD) reunia melhores condições para formar uma força política ampla”, contou.

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Segundo Wadson, o candidato ao governo apoiado pela Federação tem apoios ainda de outros partidos no campo do centro, centro-direita e que compõe uma frente capaz de disputar com condições de vitória contra o Romeu Zema, garantiu.

“Há também outras candidaturas que pulverizam esta disputa eleitoral e cria condições em que Minas tenha segundo turno e acho que as chances de vitória são muito reais”.

O projeto eleitoral do PCdoB de Minas apresenta mais duas candidaturas à Câmara dos Deputados, além do Wadson. A convenção eleitoral homologou também o nome de oito candidatos e candidatas à Assembleia Legislativa.

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