Atingidos pela lama em Mariana fecham rodovia durante protesto

Vítimas de rompimento de barragem reclamam da demora no pagamento de indenizações

Protesto foi realizado na rodovia que dá acesso a mina de minério da Samarco e Vale - Divulgação MAB

Um grupo de atingidos pela barragem de Fundão, da Samarco/Vale, que rompeu no dia 5 de novembro de 2015, interditou, na manhã desta quarta-feira (10), a rodovia MG-129, em Mariana, na região central de Minas Gerais, para protestar contra a demora do pagamento de indenizações às vítimas. A estrada dá acesso às mineradoras responsáveis pela tragédia.

Conforme o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), as famílias aguardam por suas moradias nos reassentamentos que ainda estão em construção. Milhares de trabalhadores, sobretudo no Vale do Rio Doce, perderam fonte de renda e ainda não foram indenizados ou tiveram o retorno das condições para a prática do trabalho. As famílias aguardam também medidas de reparação em relação a questões envolvendo a saúde, o acesso à água e outros problemas decorrentes do rompimento. 

Há sete anos, os atingidos esperam por reparação e pelo atendimento a reivindicações básicas. A tragédia vitimou 19 pessoas e causou um rastro de destruição ambiental ao longo do Rio Doce. 

Conforme informa o Valor Econômico, também nesta quarta-feira (10), ocorre uma reunião entre os governos federal, de Minas e do Espírito Santo com as empresas Samarco, Vale e a BHP Billiton, para discutir a repactuação de acordo de reparação. Até agora, já foram realizadas mais de 250 reuniões. 

O processo de negociação vem sendo conduzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Atualmente, segundo o órgão, há mais de 85 mil processos na Justiça contra as responsáveis pelo rompimento. Na avaliação dos governos, o acordo deveria ficar em torno de R$ 126 bilhões, mas as empresas tem mostrado resistência com relação ao valor. 

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