Um a cada quatro brasileiros não consegue pagar contas do mês

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que crise não dá trégua e parcela da população se endivida mês a mês, enquanto a maioria paga as contas, mas não faz reservas. Somente 29% consegue poupar algum dinheiro.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

A crise econômica tem afetado a realidade dos brasileiros de diversas formas. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 25% da população, ou seja, um a cada quatro brasileiros, chega ao final do mês com mais dívidas. Com o orçamento curto, a população tem deixado lazer, viagem e roupas de lado.

Apesar do dado preocupante que revela a atual faceta que o governo Bolsonaro colocou o país, mais da metade dos entrevistados (56%) esperam estar em situação melhor até dezembro.

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Assim, dos 25% que ficam endividados, 19% deixam contas para o próximo mês, 3% recorrem a empréstimos, 2% ao cheque especial e 1% pagam parcela mínima no cartão de crédito. Apenas 29% da população consegue poupar algum recurso e 44% consegue somente pagar as contas. Abaixo a classificação trazida na pesquisa:

  • Quase sempre fico apertado, pago as contas, mas não sobra nada (44%);
  • Consigo gerenciar bem o dinheiro e guardar um pouco quase todo mês (29%);
  • Não consigo pagar todas as contas e deixo algumas para o mês seguinte (19%);
  • Preciso recorrer a empréstimos ou ajudas para conseguir pagar minhas contas (3%);
  • Utilizo o cheque especial para conseguir pagar minhas contas (2%);
  • Pago o mínimo do cartão de crédito e deixo o saldo para o próximo mês (1%).

O restante dos entrevistados não respondeu.

Atraso de contas e mudança de hábitos

Outro dado trazido pela pesquisa mostra que 64% cortou gastos em 2022 e que 20% pegou algum empréstimo.

Sobre os gastos cotidianos, 34% dos entrevistados atrasaram contas de luz ou água, 19% deixou de pagar o plano de saúde e 16% vendeu algum bem para pagar dívidas.

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Além disso, 45% deixou de comer fora de casa, 43% diminuiu gastos com transporte público e 40% deixou de comprar certos tipos de alimentos.

A pesquisa foi feita pelo Instituto FSB com 2.008 cidadãos, nas 27 Unidades da Federação entre 23 e 26 de julho de 2022.