Rede e PSOL pedem impeachment do chefe da PGR por blindar Bolsonaro

Parlamentares da Rede e do PSOL ingressaram no Senado com um pedido de impeachment do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, por sucessivos crimes de responsabilidade comedidos ao proteger Bolsonaro arquivando investigações. O procurador havia criticado deputados e senadores por abusar e fazer uso político do Judiciário.

“Se existe alguém que abusa e envergonha o Ministério Público, esse alguém é Augusto Aras. O Senhor Aras já passou de todos os limites, chegou a hora do seu impeachment! Levaremos a cabo isso no Senado Federal!”, respondeu o líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nas redes sociais, o senador confirmou a entrega do pedido: “Acabamos de apresentar pedido de impeachment do Senhor PGR Augusto Aras, por prática de crime de responsabilidade. Não iremos aceitar a esculhambação das nossas instituições! Agora é FORA ARAS, chega de impunidade!”.

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No documento de 31 páginas, os parlamentares alegam que Aras “recusou-se praticar, inúmeras e reiteradas vezes, atos que lhe incumbiam (…), deixando de promover ações penais pela prática de crimes, inquéritos, ações de inconstitucionalidade e de realizar as apurações e diligências que lhe cabiam – em especial as denúncias e imputações oriundas da CPI da Covid”.

Dizem ainda que Aras foi nomeado à PGR para “imunizar” Bolsonaro, proteger seus familiares e aliados. O chefe do PGR, segundo parlamentares, arquivou 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro.

“Aras usa seu cargo na PGR para blindar Bolsonaro. São inúmeros crimes que não são sequer encaminhados para análise. Está claro que ele é um dos maiores responsáveis pela impunidade desse governo e, portanto, pedimos sua saída do cargo”, afirmou a líder da bancada do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).

O PSOL destaca que, na semana passada, a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de sete investigações contra o atual presidente da República abertas após os trabalhos da CPI da Covid-19 no Senado.

Na última segunda-feira (1), ainda por cima, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo voltou a pedir ao STF o arquivamento do inquérito que investiga se Bolsonaro vazou informações sigilosas de uma apuração da Polícia Federal.