Lula: Saúde não é gasto e Mais Médicos e Farmácia Popular serão recuperados

No dia Nacional da Saúde, ex-presidente Lula participa de ato em defesa do SUS. Jandira Feghali, Alexandre Padilha, Fabiano Contarato, Humberto Costa e diversas lideranças participaram do ato da Frente Pela Vida.

Foto: Transmissão Canal Lula

Nesta sexta-feira (5), Dia Nacional da Saúde, o ex-presidente Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto para a presidência, participou de ato em defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), em São Paulo (SP). O ato ocorreu durante a etapa nacional da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde e contou com presenças de lideranças políticas e trabalhadores da saúde.

Na ocasião, Lula recebeu uma carta-compromisso dos organizadores da conferência. Leia aqui.

Saúde não é gasto

O ex-presidente Lula falou aos presentes que irá recuperar e reconstruir o Mais Médicos e o Farmácia Popular. Também disse que é preciso tirar a palavra gasto do dicionário quando se fala em saúde e educação.

“Não espere de mim ficar chorando que não tem dinheiro. Vamos ter que arrumar o dinheiro. O teto de gastos não foi criado para não pagar banqueiro, para não pagar os ricos. O teto de gastos foi criado para evitar dar aumento na saúde, na educação, no transporte coletivo, na renda das pessoas que trabalham nesse país. Importante saber que isso não é nenhuma bravata, não sou de dizer coisas que não acredito, mas não terá teto de gastos em lei no nosso país”, reforçou Lula em seu compromisso com a saúde.

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Além disso, Lula indicou que não se consegue mais atendimento nas unidades básicas de saúde, pois falta tudo: de médicos a remédios, desde os mais simples aos mais utilizados. 

Experiência para sair do lamaçal

Foto: Murilo da Silva

Lula disse que com ele e Alckmin não falta experiência para tirar o país do lamaçal em que se encontra e devolvê-lo ao berço da democracia. O ex-presidente lembrou que Geraldo Alckmin, enquanto deputado constituinte, foi relator do projeto de lei que regulamentou o funcionamento do SUS.

“Não é uma eleição fácil. Não é uma eleição ganha. Temos 59 dias que não podemos descansar”, conclamou Lula ao dizer que é preciso desfazer a fábrica de mentiras montada por eles [bolsonaristas] através de fake news. 

“A irresponsabilidade desse governo não tem limites. O atual presidente lidou com a pandemia de forma criminosa. Por isso é responsável direto por centenas de milhares das mais de 678 mil mortes por covid-19. Uma parte desses mortos está nas costas do presidente pelo seu comportamento negacionista. Trocou ministros como se fossem descartáveis, substituindo a gestão técnica e científica por uma linha do comando militar. Como ele mesmo disse, um manda e o outro obedece. Tornou o ministro da saúde uma fonte espalhadora de fake news, apregoando tratamentos ineficazes a exemplo da cloroquina. Abriu as portas para lobistas que tentaram vender vacinas superfaturadas, como comprovou a CPI do Senado. Enfraqueceu as agências reguladoras, permitindo reajustes abusivos nos preços de medicamentos e planos de saúde e promoveu a liberação maciça de agrotóxicos, proibida no mundo inteiro”, acusou o ex-presidente Lula em seu discurso.

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Bolsonaro inimigo da saúde

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) esteve no ato e disse que “não tem como ter saúde com 33 milhões de famintos e com metade dos lares em insegurança alimentar”, ao criticar o governo Bolsonaro.

“Precisamos derrotar esse governo da fome, do desemprego, da precarização. Esse governo não respeita a saúde, a ciência e o SUS. Não valoriza os profissionais de saúde”, falou Jandira ao lembrar do trabalho do Congresso na aprovação do piso nacional da enfermagem e derrubada do rol taxativo para planos de saúde.

Conferência a pedido de Lula

O deputado federal Alexandre Padilha (PT), explicou que no ínicio do ano o ex-presidente Lula questionou os ex-ministros da saúde: “será que o momento político da saúde brasileira não exige uma conferência depois de tudo o que passou com a pandemia, congelamento do orçamento da saúde em 20 anos, com o atual governo agredindo dia a dia cada trabalhador da saúde?

Pedido que foi concretizado com a realização da conferência, sendo que antes dessa etapa nacional foram realizadas mais de 120 conferências presenciais e online envolvendo todos os estados do país.

Na sua fala Padilha também ressaltou que Bolsonaro só sancionou o PL do piso salarial da enfermagem após meses em que o projeto ficou parado na gaveta. O deputado ainda ressaltou a importância da bancada em defesa da saúde e da democracia no Congresso, exaltando o senador Fabiano Contarato (PT), autor do projeto de lei do piso da enfermagem.

Pressão pela saúde

O senador Contarato, que também estava presente, colocou que o “presidente foi obrigado a sancionar o PL do piso salarial da enfermagem”, após forte pressão da categoria, da população e do Congresso.

Já o senador Humberto Costa (PT), na oportunidade, leu um documento com as contribuições dos partidos que compõem a chapa em apoio a Lula para recuperar a saúde nacional e reconstruir o SUS.

O ato em defesa do SUS também contou com a presenças do deputado federal Jorge Solla (PT); Adílson Araújo, presidente nacional da CTB; Ronald Ferreira dos Santos, coordenador nacional da comissão de saúde do PCdoB; José Gomes Temporão, o ex-ministro da saúde; Fernando Pigatto, Presidente do Conselho Nacional de Saúde; Mychelle Alves Monteiro da Associação Servidores Fundação Oswaldo Cruz – ASFOC-SN; Benedito Augusto da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social-CNTSS; Putira Sacuena, indígena Baré conselheira Nacional de Saúde; Nésio Medeiros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde; Elda Bussinguer da Frente pela Vida/SBB; Lúcia Souto da Frente pela Via/Cebes; Rosana Onocko da Frente pela Vida/Abrasco; Túlio Franco da Frente pela Vida/Rede Unida, além de membros do MST, Grito dos Excluídos, da diretoria da CNS e dirigentes do PCdoB, PT, PV, PSB, Psol, Solidariedade e Rede.