Conferência popular de saúde realiza debate e define diretrizes políticas

Confira as diretrizes definidas para a política de saúde do Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert

A Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde aconteceu nesta sexta-feira (5), em São Paulo (SP). O dia foi marcado por Ato em defesa do SUS com a presença do ex-presidente Lula, que recebeu uma carta compromisso da Frente Pela Vida. Mas além do ato o dia contou com debates e uma plenária final para aprovação das Diretrizes para a Política de Saúde no Brasil.

Defesa da vida

Pela manhã aconteceu a mesa Saúde e democracia: a defesa da vida. Rosana Onocko da Abrasco coordenou o debate.

Em sua fala, Luiz Augusto Facchini da Rede APS ressaltou que o SUS é o maior patrimônio do Brasil e que foi construído com muita luta. Contudo, indicou que é necessário atenção com a espacialização do atendimento, pois ainda é muito concentrado nas regiões Sul e Sudeste do país. Para ele, é necessário ampliar o atendimento para as outras regiões, disseminando as infraestruturas.

Por sua vez, a professora da UFRJ, Fátima Lima, falou que a interseccionalidade contribui para entendermos que a questão racial é o calcanhar de Aquiles do Brasil e do mundo. “É uma questão de toda a população brasileira, a gente precisa se dar conta de quanto este país é profundamente racista. A vida de todos é atravessado pelo assombro da raça e do racismo. Lógico que não seria diferente nas práticas e na gestão de saúde”, alertou.

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Para a cientista política da a Fundação Oswaldo Cruz, Sônia Fleury, a saúde tem que ser pensada não somente como direito social, mas como direito humano. “Temos que pensar que o principal direito da pessoa é o direito a vida. Na pandemia ficou muito claro que a população das favelas e periferias foi capaz de se organizar. Em nossos documentos não estão presentes favelas e periferias. Esta é uma falha nossa. Temos que incorporar a potência das favelas, das periferias, coletivos de jovens, coletivos culturais à nossa luta”, disse.

Saúde e democracia

Segundo Carlos Ockè da Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres), vivemos um momento histórico e saúde e democracia são iguais. Portanto, Ockè enxerga que para salvar a democracia, ou seja, a saúde, é preciso derrotar o atual governo nas eleições. “É nosso dever de cidadania, afirmar e proclamar, que junto com o povo brasileiro vamos eleger Lula no primeiro turno das eleições”.

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A conselheira Nacional de Saúde pela Unegro, Conceição Silva conclamou os presentes para saírem da conferência unidos em um grande movimento em defesa do SUS a fim de construírem e implementarem políticas públicas para a área.

Por fim, Junior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Yekuwana, deu o seu relato dizendo que os indígenas se encontram abandonados, sem saúde. “É preciso o apoio de todos da sociedade que defendem a democracia e o SUS, pois vivemos nas florestas e precisamos de assistência e saúde nas comunidades”, alertou.

Plenária final

Na parte da tarde, ocorreu a plenária final para aprovação das Diretrizes para a Política de Saúde no Brasil (confira aqui). Agora a Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde segue em uma etapa preparatória para a 17º Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em 2023.