China sobre críticas do G7: “São os rostos da agressão e da coação”

G7 acusou a China de usar a visita da presidenta da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, como pretexto para ameaças e agressões

Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

O G7, grupo de países formado por Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, criticou duramente a China, em comunicado divulgado após reunião em Londres, nesta quarta-feira (3), que contou com a participação da União Europeia. A resposta da China não tardou.

O G7 acusou a China de usar a vista da presidenta da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, como pretexto para ameaças e agressões e condenou o que seria uma tentativa chinesa de mudar o status quo de Taiwan pela força. Por outro lado, o grupo assegura que nenhum dos países do G7 mudou seu ponto de vista sobre a política de “uma só China”, defendida por Pequim.

Para a China, no entanto, as palavras são importantes, mas os gestos práticos mais ainda e se o que se diz entra em contradição com o que se faz, este último aspecto é o que conta. Na verdade, poucos analistas sérios deixam de reconhecer que a visita da líder estadunidense a Taiwan foi um claro estímulo aos independentistas da ilha. Desta forma, a Chancelaria chinesa convocou, nesta quinta-feira (4) os embaixadores dos sete países mais o embaixador da União Europeia para exprimir “o mais completo desacordo” com o comunicado. A China rejeitou as acusações do G7 sobre sua reação após a visita e defendeu as contramedidas, como a aplicação de sanções contra promotores do separatismo.

Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse que as críticas do G7 + UE ilustram a hipocrisia do bloco, que ficou em silêncio sobre a viagem da presidente da Câmara dos EUA e só tem voz para acusar Pequim de retaliação. O G7 e a União Europeia expressaram preocupação de que “as ações ameaçadoras da China trazem o risco de uma escalada desnecessária“.

Porém, segundo a porta-voz, a causa fundamental das atuais tensões no Estreito de Taiwan é que a Casa Branca ignorou a oposição do gigante asiático e conspirou para a visita do terceiro mais importante funcionário estadunidense à ilha em um avião da Força Aérea Americana.

Ela destacou que o evento elevou o nível das relações entre Washington e Taipei, prejudicou a soberania e a integridade territorial chinesas, bem como o princípio de “Uma Só China”, base dos laços com Pequim.

Hua Chunying reiterou a posição contra os contatos oficiais de qualquer país com Taiwan, culpou secessionistas e atores externos de tentar mudar o status quo na área e condenou as intenções de dividir o país oriental.

Os membros do G7, liderados pelos Estados Unidos, são o rosto da agressão e da coação“, acrescentou.

Da mesma forma, o ministro das Relações Exteriores chinês Wang Yi, que estava em visita ao Camboja, também criticou a declaração do Grupo dos Sete, pedindo à comunidade internacional que se oponha a qualquer movimento contra o princípio de Uma China e apoie a paz e a estabilidade regionais.

Ele considerou infundadas as críticas às iniciativas “razoáveis ​​e legítimas” de Pequim para salvaguardar sua soberania e integridade territorial.

Já o escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da República Popular da China disse que as sanções a indivíduos, empresas e organizações que promovem o separatismo são justificadas.

Qualquer Estado soberano tomará tais medidas para salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento de acordo com o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais“, disse um porta-voz.

A questão de Taiwan, ressaltou, é um dos assuntos internos da China, e é justo e natural que a China tome as contramedidas necessárias para salvaguardar sua soberania e integridade territorial.

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