Bolsonaro chama de “sem caráter” quem aderiu a carta pela democracia

Bolsonaro voltou a explicitar seu incômodo com a “Carta em defesa do Estado Democrático de Direito” nesta terça-feira (2). Para ele, quem aderiu ao manifesto “é cara de pau” e  “sem caráter”. 

Em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, disparou: “Esse pessoal que assina esse manifesto é cara de pau, sem caráter, não vou falar outros adjetivos, porque sou uma pessoa bastante educada”, disse o mandatário, em entrevista à Rádio Guaíba.

Bolsonaro tem demonstrado crescente incômodo com o manifesto, lançado no dia 26 de julho, e com o fato de que a pecha de golpista está colando nele, reflexo natural de sua escalada autoritária e antidemocrática que se intensificou desde que resolveu convocar embaixadores estrangeiros para uma reunião, no dia 18, na qual tentou novamente pôr em dúvida o processo eleitoral brasileiro. 

Nesta segunda-feira (1º), em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro declarou: “Esse manifesto aí foi assinado por banqueiros, artistas, tem mais uma classe aí… e alguns empresários mamíferos”.

Contra os banqueiros que aderiram à carta, disparou na quinta-feira (28): “Você pode ver, esse negócio de carta aos brasileiros, à democracia, os banqueiros estão patrocinando. É o Pix que eu dei a paulada neles, os bancos digitais também que nós facilitamos”. Hoje, a suposta criação do Pix por Bolsonaro foi novamente desmentida. 

Em convenção do PP que formalizou o apoio do partido do centrão à reeleição do presidente, ocorrida nos dia 27, Bolsonaro declarou: “Vivemos num país democrático, defendemos a democracia, não precisamos de nenhuma cartinha para dizer que defendemos a democracia”. 

As reações mais recentes de Bolsonaro ao manifesto lembram o velho ditado que diz: “os cães latem e a caravana passa”. Enquanto tenta de tudo para desprestigiar o manifesto, em apenas uma semana, já são mais de 670 mil adesões. 

O texto será lido em evento na Faculdade de Direito da USP no dia 11 de agosto, às 11h. Para esta mesma data, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimentos sociais e sindicais estão chamando atos por todo o Brasil em defesa da democracia e por eleições livres. 

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