Para vencer no 1º turno, Lula mira eleição com menos presidenciáveis

Desistências de Bivar e Janones tendem a fortalecer pré-campanha de Lula

A reta final das convenções partidárias tem redesenhado o quadro para as eleições presidenciais de 2022. As principais candidaturas – as de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – já foram deliberadas. Agora, para vencer o pleito já no primeiro turno, em 2 de outubro, Lula trabalha para viabilizar uma disputa com o menor número possível de presidenciáveis.

É por mirar esse cenário mais enxuto que Lula tenta convencer outros pré-candidatos a desistirem de concorrer ao Planalto. No domingo (31), após negociações com o petista, o deputado Luciano Bivar anunciou que não será mais candidato a presidente pelo União Brasil – e que vai disputar a reeleição à Câmara Federal. O partido, fruto da fusão entre PSL e DEM, não deve apoiar formalmente a campanha de Lula.

A exemplo do que ocorre com o PSD, há diretórios estaduais do União Brasil que devem aderir a pré-candidatos do PT a governador e a senador, sem que o partido tenha um caminho único nacionalmente. O União Brasil especula até mesmo lançar a candidatura da senadora Soraya Thronicke (MS) Presidência da República.

Em outra frente, é esperado que, até a próxima sexta-feira (5), o também deputado André Janones (Avante) abra mão de sua pré-candidatura presidencial. Nesse caso, porém, a sinalização de apoio a Lula é explícita e parte do próprio Janones. Uma reunião entre eles – Janones e Lula –, na quinta-feira (4), pode determinar o rumo do Avante nas eleições.

“Vou encontrar o Lula e, se ele acampar as minhas principais propostas, eu desisto da candidatura”, declarou Janones ao UOL News. “Não vou entrar em propostas vagas. Vamos cobrar medidas objetivas e colocarei ele contra a parede.”

Segundo a jornalista Ana Flor, da GloboNews, “apesar de a mais recente pesquisa Datafolha mostrar um quadro de vitória de Lula no primeiro turno, as campanhas avaliam que a maior probabilidade é de que a eleição vá para o segundo turno, numa disputa com o presidente Jair Bolsonaro”. Por isso, a campanha do ex-presidente quer costurar, desde já, apoios que garantam um terceiro mandato para Lula.

Autor