Manifesto pela democracia escancara o isolamento de Bolsonaro

Presidente acusou o golpe ao choramingar que não precisa de “nenhuma cartinha” para demonstrar que “defende a democracia”

(Foto: Reprodução)

Não faltou praticamente ninguém. A “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, divulgada nesta semana, se tornou o mais amplo protesto contra o autoritarismo do presidente Jair Bolsonaro. Nada menos que 12 ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) assinaram o texto.

Idealizado por professores da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), o manifesto também recebeu adesões de banqueiros, intelectuais, empresários, magistrados e advogados, artistas, esportistas e lideranças dos movimentos sindical, social e estudantil. Até a noite desta quarta-feira (27), o documento já contava com mais de 165 mil signatários, escancarando o isolamento de Bolsonaro a quase dois meses para as eleições 2022.

As elites econômicas também se levantaram contra o presidente. O manifesto “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, apresentado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foi formalmente apoiado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que em geral resiste a se posicionar em temas políticos.

Como lembra o jornal O Globo, o dia teve mais notícias desfavoráveis a Bolsonaro: “O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quebrou o silêncio sobre o assunto e afirmou confiar no sistema eleitoral, aumentando o isolamento do titular do Palácio do Planalto. Em outra frente, o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Luís Carlos Gomes Mattos, disse que não é função das Forças Armadas fiscalizar as eleições”.

O próprio Bolsonaro acusou o golpe ao choramingar que não precisa de “nenhuma cartinha” para demonstrar que “defende a democracia”. Apesar do palavrório, o presidente mantém a mobilização para uma nova rodada de atos golpistas e antidemocráticos, convocada para o feriado de 7 de Setembro, já em plena campanha eleitoral.

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