Em 24 horas, chegam a 100 mil as adesões a manifesto pela democracia

Documento em defesa do sistema eleitoral e contra o golpismo bolsonarista tem amplo apoio de nomes de destaque de variados segmentos da sociedade

Fachada da Faculdade de Direito da USP com faixa em defesa da democracia. Foto: Faculdade de Direito da USP

Passam de 100 mil as adesões à “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”. A marca foi atingida em menos de 24 horas. Antes de ser aberta ao público, o documento contava com com 3 mil assinaturas. O amplo e rápido apoio demonstra o empenho de parte significativa da sociedade brasileira na defesa da democracia e no rechaço aos rumos golpistas tomados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Representantes e entidades do setor empresarial e financeiro, intelectuais, artistas, juristas, lideranças e movimentos políticos e sociais, entre outros segmentos, aderiram ao manifesto, que será lido em evento no dia 11 de agosto, na sede da Faculdade de Direito da USP. A iniciativa nasceu da mobilização de ex-alunos, inconformados com a escalada golpista e os ataques ao sistema eleitoral capitaneados por Bolsonaro. 

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A carta diz que “nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos”. 

Ao invés de uma festa cívica, completa o texto, “estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”. 

Na sequência, o manifesto aponta: “Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão”.

Faixas com a frase  “Estado Democrático de Direito Sempre – Arcadas 11.08.22” (foto) foram instaladas na fachada e no pátio da faculdade nesta quarta-feira (27).

Mobilização crescente

Como forma de fortalecer o movimento em defesa da democracia e do sistema eleitoral, um ato organizado pelo movimento Direitos Já será realizado no Rio de Janeiro no dia 1º/08, com a presença de representantes de ao menos 11 partidos. 

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Outras reações contundentes têm partido de diversos setores, em especial do campo jurídico. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, declarou nesta terça-feira (26), que “a sociedade não tolera o negacionismo eleitoral”. 

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, também repudiou, em carta, o golpismo bolsonarista. Bolsonaro, colocou Mello, “é um político medíocre e que, além de possuir desprezível espírito autocrático, também expôs-se, em plenitude, em sua conduta governamental, como a triste figura de um presidente menor, sem noção dos limites éticos e constitucionais que devem pautar a conduta de um verdadeiro Chefe de Estado, capaz de respeitar a autoridade suprema da Constituição da República!!!”. 

Para ler e assinar o manifesto, clique aqui.