Lula encontra-se com representantes da cultura de Pernambuco

“Estejam certos, povo da cultura do Recife, vocês vão viver o melhor período de participação cultural que esse país já teve”, prometeu o pré-candidato a presidente da República.

Fotos: Ricardo Stuckert

Em clima de festa e ao som do frevo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (21), que em um governo Lula-Alckmin haverá muito trabalho a ser feito no setor cultural. Ainda segundo o pré-candidato à Presidência, o Ministério da Cultura não pode ser visto como gasto, mas como investimento.

“Vocês vão ter que saber que vocês vão ter trabalho se eu voltar a presidir esse país”, disse Lula, em encontro com representantes da cultura pernambucana no Teatro do Parque, no Recife. “Estejam certos, povo da cultura do Recife, vocês vão viver o melhor período de participação cultural que esse país já teve”, prometeu.

No encontro, Lula relembrou que, quando foi ao cinema pela primeira vez, aos quase 18 anos, precisou pedir emprestado um terno, que era uma exigência nas salas da época. O ex-presidente, que defendeu o ensino das artes nas escolas, afirmou que a área cultural é “um espaço de descoberta de talentos e pessoas extraordinárias para o país”.

O ex-presidente criticou a televisão local, filial da TV Globo, pelo horário reduzido disponibilizado para a programação regional. “Aqui não deveria ter três ou quatro horas de programação do estado, para gerar emprego, para divulgar a cultura do estado, para que tivesse mais gente trabalhando?”, argumentou Lula, fazendo ainda um alerta de que a rede social “está impregnada de mentira, de fake news, de maldade e de ódio, a começar pelo genocida que governa este país”.  

Para que não haja o monopólio do Centro-Sul do país sobre as demais regiões, Lula disse que o ministério que vai cuidar da cultura vai ter que construir, junto com os 27 estados, grupos de cultura em que vão fazer conferências anuais para decidir que tipo de política será colocada em prática e fazer com que a cultura seja um instrumento de geração de riqueza do país. “Eu quero fazer, não eu, nós. Nós precisamos fazer uma verdadeira revolução cultural nesse país. Não é uma revolução cultural de mandar queimar livro não, é de distribuir mais livro, de permitir acesso das nossas crianças a ter possibilidade de assistir filme, música, teatro na escola”, enfatizou.

O cineasta Kléber Mendonça Filho disse que a extinção do Ministério da Cultura “pareceu ser um crime contra a própria ideia de Brasil”. “O Brasil é a Cultura”, afirmando, acrescentando que o mais importante agora é trabalhar para que “essa fase vergonhosa do país chegue ao fim e que o pensamento democrático volte a guiar a vida dos brasileiros”.

Lula compareceu ao encontro acompanhado da esposa, Janja, do pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, e dos pré-candidatos a governador de Pernambuco, Danilo Cabral, e vice-governadora, Luciana Santos, e ao senado, Teresa Leitão.  “Um programa de governo democrático se faz assim, ouvindo, e não em cima de motociata. Em todos os lugares que temos ido, a conversa é a cultura, que será um ponto alto do programa e do novo governo”, acrescentou o pré-candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Venho da favela do Detran para dizer que educação salva vidas e arte salva vidas. Precisamos de um país que possibilite às nossas crianças perspectivas de futuro”, disse a cantora e poeta Bione. “Nós temos esperança, sabemos que no seu governo a cultura teve vez. Quem faz a cultura nesse país é o povo negro, das periferias, que trabalha no roçado, na construção civil. Fico honrado de ser filho de um cortador de cana e de uma empregada doméstica e estar aqui com minha rabeca tocando para o senhor”, disse o músico Maciel Salu a Lula. Outros expoentes da cultura Pernambucana, como Sidney Rocha, João Roberto Peixe, Tita Alves, Fred 04 e Bete de Oxum também falaram para o ex-presidente sobre a situação do setor.

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Colaboração: Mariana Mainenti com informações do portal lula.com.br

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