O sindicalismo e as eleições: ampliar a representação dos trabalhadores

Há grande unidade do sindicalismo brasileiro em defesa da Pauta Unificada da Classe Trabalhadora, aprovada no Conclat/2022. São medidas emergenciais e estruturais que devem servir para um governo de reconstrução e transformação nacional.

Abertura da Conclat, realizada em abril de 2022. Foto: Roberto Parizotti/CUT

Em 2 de outubro, 156 milhões de eleitores escolherão, além do novo presidente da República, mais 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1.024 deputados estaduais.

Esses números gigantes mostram a importância das eleições gerais no Brasil, uma das maiores do mundo. Neste ano, em particular, a disputa eleitoral tem uma importância especial, dada a grave crise que o país atravessa.

Para o sindicalismo de orientação classista, é uma oportunidade de ouro para cumprir dois grandes objetivos: derrotar o governo inimigo do trabalho e ampliar a representação dos trabalhadores no parlamento.

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Neste rumo, devemos saudar a grande unidade do sindicalismo brasileiro, expressa no Fórum das Centrais Sindicais. Essa unidade permitiu que, no último dia 7 de abril, a Conclat/2022 aprovasse a Pauta Unificada da Classe Trabalhadora.

Dez centrais sindicais lançaram um documento para orientar a ação do sindicalismo nestas eleições. Nele, constam medidas emergenciais e estruturais que devem servir para um governo de reconstrução e transformação nacional.

Boa parte destas propostas foi incorporada nas diretrizes programáticas da chapa Lula e Alckmin. Destaque para a defesa da valorização do salário mínimo, geração de emprego e renda e ampla proteção social, trabalhista e previdenciária.

A pauta defende políticas de desenvolvimento, com ênfase na reindustrialização, papel coordenador do Estado, integração regional, fortalecimento sindical, regulamentação ampla do trabalho, combate à precarização, etc.

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Para tanto, é necessária outra política macroeconômica, com o fim do teto de gastos e da autonomia do Banco Central, uma nova política tributária e o fortalecimento das empresas públicas.

A maior parte do sindicalismo brasileiro considera que, no atual quadro de polarização política do país, a candidatura Lula é a única que reúne condições de vencer as eleições e avançar na aplicação dessa Pauta Unificada.

Eleger Lula é condição necessária, mas não suficiente para viabilizar um novo rumo para o país. É importante também reverter a presença declinante de parlamentares comprometidos organicamente com a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras.

Por isso, a grande prioridade dos quadros e dirigentes sindicais deve ser colocar no topo da agenda a batalha eleitoral. Disputar o voto nos locais de trabalho, nos bairros, nas escolas e em todos os espaços, inclusive com o uso das ferramentas digitais.

Assim, precisamos redimensionar o tempo e a militância com a agenda sindical e dar grande prioridade às eleições. A luta por emprego, salário, direitos e por um novo Brasil passa pela eleição de Lula e de parlamentares comprometidos com a agenda da Conclat.

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