Parlamentares culpam Bolsonaro pelo clima de ódio que vitimou petista

Marcelo Arruda, líder do PT em Foz do Iguaçu (PR), é assassinado por um bolsonarista que invadiu a sua festa de aniversário de 50 anos

Marcelo Arruda durante a festa do seu aniversário (Foto: Reprodução do Twitter)

Parlamentares demonstraram indignação contra a onda de violência bolsonarista que vitimou o guarda civil Marcelo Arruda, morto na madruga deste domingo (10), em Foz do Iguaçu (PR), quando comemorava seus 50 anos com familiares. Jorge José da Rocha Guaranho, bolsonarista e agente penitenciário, invadiu a festa do militante do PT gritando ‘Mito’ e ameaçando a todos na festa.

Os familiares do bolsonarista pediram para que o agente deixasse o local. O militante do PT buscou uma arma no carro para se defender e, no retorno, foi atingido por três disparos, um deles na cabeça. O petista conseguiu acertar o bolsonarista, que teve morte cerebral.

“Estou indignado com o assassinato do guarda civil Marcelo, militante do PT, enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos. O motivo? Crime de ódio político praticado por um bolsonarista. Bolsonaro estimula a violência e deve ser responsabilizado por esse crime!”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), para quem Bolsonaro tem sangue nas mãos.

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A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que o ódio dos bolsonaristas, o fascismo, não suporta quem pensa diferente. “É preciso arrancar esse pensamento do comando do país. Que horror! É preciso punir este assassino e todos os responsáveis pelos outros atentados. Solidariedade à familia do Marcelo”, disse a parlamentar.

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, diz que neste domingo era para dar parabéns ao Marcelo, mas está lamentando sua morte. “Vou lhe dar o último adeus companheiro, com a certeza de que sua luta está entre nós. Estará sempre presente na nossa caminhada e em nossos corações. Solidariedade aos familiares e amigos”, lamentou.

“Absurdo o que aconteceu em Foz do Iguaçu! Marcelo Arruda era tesoureiro do PT na cidade e foi assassinado de forma covarde por um bolsonarista contaminado pelas ideias de violência deste governo. É preciso deter Bolsonaro!”, protestou o líder da minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN).

O líder da oposição na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que a intolerância mata, acaba com famílias e faz o ódio vencer. “Marcelo Arruda tinha 50 anos, deixou esposa e quatro filhos, entre eles um bebê de 1 mês. Essa intolerância que nos tirou duas vidas, na madrugada deste triste domingo, infelizmente se reforçou no Brasil nos últimos anos”, diz o parlamentar.

Confira nota do PT :

Mais um querido companheiro se foi nessa madrugada, vítima da intolerância, do ódio e da violência política. Em plena celebração de seu aniversário, em que comemorava seus 50 anos com familiares, amigos e companheiros, em Foz do Iguaçu, PR, nosso Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista que, pouco antes, havia interrompido a festa e ameaçado de armas na mão a todos os presentes, familiares, amigos, companheiros ali reunidos, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu.

Marcelo era guarda municipal e um grande militante do PT, tendo sido nosso candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. As últimas imagens de sua vida, gravadas no momento em que cantavam o parabéns, registram sua alegria de viver, seu entusiasmo com a militância, seu compromisso de vida com o PT e o presidente Lula.

Antes de ser assassinado com três tiros pelo policial penal fascista que o abordou no estacionamento, Marcelo tentou ainda se defender com a arma funcional que tinha em seu carro e reagiu. O assassino de Marcelo também veio a falecer. Marcelo, no seu ato derradeiro e heróico, salvou inúmeras vidas, pois o fascista também ameaçava e poderia ter assassinado a todos na festa, inclusive a sua família.

Desde o começo do ano, quando lançou uma Campanha Nacional contra a Violência Política, o PT vem alertando a sociedade brasileira e as autoridades dos vários Poderes da República para a escalada de perseguição a parlamentares, filiados e filiadas, militantes de movimentos sociais e de outros partidos de esquerda e o crescimento da violência política no país.

Embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vêm se transformando em agressores ou assassinos.

Marcelo estava na flor da idade, tinha uma vida pela frente com sua família, esposa e quatro filhos, a quem prestamos nossa total solidariedade e apoio, e sonhava com um Brasil justo e democrático, fraterno e solidário, que queria construir com o povo brasileiro a partir da derrota do fascismo e da eleição de Lula Presidente.

Basta de violência! Basta de destruição! É tempo de reconstrução e transformação do Brasil e das relações entre brasileiros e brasileiras! Vamos chorar e enterrar mais um companheiro que tombou vítima da violência política, basta!

Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário.

Marcelo, não esqueceremos de você, em sua memória continuaremos na luta contra a violência, a injustiça e a intolerância. Presente, hoje e sempre!

Gleisi Hoffmann, Presidenta Nacional do PT

Abdael Ambruster, Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT

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