Pedro Guimarães pede demissão da Presidência da Caixa

Mesmo após terem vindo à tona as denúncias contra o aliado, Bolsonaro permaneceu em silêncio sobre o assunto. Para o lugar dele, foi nomeada Daniella Marques, secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por meio de uma carta na qual nega as acusações, pediu demissão do cargo no fim do dia o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual por cinco funcionárias do banco. Mesmo após terem vindo à tona as denúncias contra o aliado, divulgadas nesta terça-feira (28) pelo site Metrópoles, Bolsonaro não se pronunciou sobre o assunto ou assumiu publicamente a responsabilidade pela demissão do presidente da Caixa, preferindo deixar a saída por conta do subordinado. Para o lugar dele, foi nomeada a secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, considerada o “braço direito” do ministro Paulo Guedes.

Diante da gravidade das denúncias e do silêncio do presidente, ao longo do dia parlamentares exigiram a demissão de Guimarães. A notícia gerou ainda um clima de indignação entre os bancários. “É preciso que seja contratada consultoria independente para apurar, inclusive, se houve conivência da alta direção, pois, se houve denúncias em órgãos internos, também é preciso saber porque as mesmas não foram encaminhadas”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Além disso, assédio sexual é crime previsto no Código Penal. Se as acusações forem comprovadas, é preciso que haja a devida punição, conforme define a Lei”, completou Juvandia.

Carta das mulheres dirigentes sindicais

Mais cedo, em carta aberta, as dirigentes sindicais da categoria exigiram, além do afastamento imediato dele do cargo, o acolhimento e preservação das vítimas e ressaltaram ainda que a categoria bancária conseguiu incluir na sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em 2020, uma cláusula que estabelece a criação, pelos bancos, de canais de atendimento com procedimentos estabelecidos para casos de violência doméstica.

“As entidades de representação dos trabalhadores também estão criando seus próprios (canais de atendimento às mulheres) que podem contribuir para o acolhimento e proteção das vítimas também nos casos de assédio moral e sexual no trabalho. Todas as nossas entidades sindicais se colocam à disposição das empregadas da Caixa e dos demais bancos para todo apoio necessário, tanto no que se refere ao incentivo a novas denúncias, como para o apoio psicológico e de garantias trabalhistas”, diz o documento, no qual as dirigentes sindicais reiteram a luta por ambientes de trabalho saudáveis e seguros, pelo fim da violência contra a mulher e a devida punição para aqueles que violam a integridade física, sexual e moral das mulheres. “Basta! Não irão nos calar! Mexeu com uma mexeu com todas!”, conclui a nota.

Além da presidenta da Contraf, assinam o documento: Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Contraf. Chay Candida, secretária da Mulher da Fetrafi-NE; Clarice Weisheimer, secretária da Mulher da Fetec-PR; Cristiana Garbinatto, secretária da Mulher da Fetrafi-RS; Elis Regina, secretária da Mulher da Fetec-CN; Elisa Ferreira, secretária da Mulher da Feeb-SP/MS; Paula Rodrigues, secretária da Mulher da Federa-RJ; Lara Lucia, secretária da Mulher da Fetrafi-MG; Maria de Lourdes Alves da Silva, secretária da Mulher da Fetec-SP; Nancy, secretária das Mulheres da Feeb-BA/SE; Vivian Brum Teixeira, secretária da Mulher da Fetrafi-SC; e Cláudia Garcia de Carvalho, secretária da Mulher da Fetraf-RJ/ES.

Com informações do portal da Contraf