Com reajuste garantido, motoristas e cobradores suspendem greve em São Paulo

O diretor do Sindicato, José Carlos Negrão, diz que a greve está suspensa, mas a categoria permanece mobilizada até que sejam atendidos os demais itens da pauta de reivindicações.

Ônibus parados em São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário conseguiu a principal reivindicação da categoria após a paralisação iniciada na madrugada de hoje. Com o acordo que garantiu reajuste salarial de 12,47% retroativo a maio, válido também para o vale-refeição, a greve foi encerrada.

As demais reivindicações deverão ter uma devolutiva em cinco dias conforme compromisso assumido pela Prefeitura Municipal e pelas empresas de ônibus. Os trabalhadores querem o pagamento de uma Participação nos Lucros e resultado de R$ 2.500 para todos, o retorno da pausa de 30 minutos remunerados para almoço, um novo plano de carreira para o setor de manutenção, além da renovação dos demais itens da Convenção Coletiva de Trabalho.

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O Sindicato garantiu que não será descontado dos salários o dia de greve. Para o Portal Vermelho, o diretor da entidade, José Carlos Negrão, afirmou que foi um movimento vitorioso. “Nossa greve foi cem por cento perfeita, os trabalhadores abraçaram o sindicato. O fato de conseguir a reposição salarial de uma única vez e retroativa a maio é muito significativo, porque é o reconhecimento da nossa data-base”, afirma.

Negrão diz que a greve está suspensa, mas a categoria permanece mobilizada até que sejam atendidos os demais itens da pauta de reivindicações.

Ele considera também uma vitória o impasse ter se resolvido rapidamente. “Sabemos que o transporte público é essencial, principalmente para a população mais pobre, que não tem outros meios de locomoção. Por isso protelamos a greve o máximo que pudemos, nunca nos recusamos a negociar, mas chega um momento em que precisamos dar uma demonstração de força”, avalia.

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Por outro lado, acredita que a greve pode vir a ser um impulso para outras categorias que “estão na defensiva e com dificuldades de mobilização. Vivemos um momento difícil do movimento sindical, a pressão para que não tivesse greve foi muito grande, mas ao final demos uma grande demonstração de organização e unidade. Esperamos estar contribuindo para uma retomada mais forte do movimento sindical”, finaliza Negrão.