Ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez é condenada por golpe contra Evo Morales

O Movimento ao Socialismo (MAS) diz que o ex-presidente sofreu um golpe que contou com o apoio da União Europeia, Brasil e Equador

(Foto: Reprodução)

Numa audiência que durou cinco dias, o Tribunal Anticorrupção da Bolívia condenou nesta sexta-feira (10) a ex-presidente daquele país Jeanine Áñez a dez anos de prisão por golpe de Estado contra Evo Morales em 2019. Também foram condenados, com a mesma pena, o ex-comandante das Forças Armadas Williams Kaliman, e o ex-comandante-geral da Polícia Vladimir Calderón.

De acordo com o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, o ex-presidente sofreu um golpe que contou com o apoio da União Europeia, Brasil e Equador. Morales foi acusado, sem provas, de fraudar as eleições de 2019. Sob pressão das Forças Armadas, o ex-presidente renunciou e, numa manobra no legislativo, Jeanine Áñez assumiu o cargo dele. Na ocasião, ele havia conquistado um novo mandato como chefe de Estado.

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O presidente da corte, Germán Ramos, leu a sentença citando crimes de violação de deveres, resoluções contrárias às leis do país e à Constituição Política do Estado (CPE, na sigla em espanhol), cometidos na ascensão da ex-presidente ao poder.

Luís Arce e Evo Morales

O golpe de 2019

Em novembro de 2019, Añez assumiu temporariamente a presidência da Bolívia em meio a uma crise política e social, em que o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) foi pressionado a renunciar devido a mobilizações cívicas, rebelião policial e sugestão das Forças Armadas bolivianas (FFAA, na sigla em espanhol).

Em outubro de 2020, após a realização de novas eleições, Luis Arce, candidato aliado de Evo Morales e atual presidente, venceu a disputa em primeiro turno, com uma vantagem superior a 26 pontos sobre o principal adversário, o ex-presidente Carlos Mesa (2004-2005).

Com informações da Sputnick Brasil

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