Autoridades e representante da ONU discutem violência policial no país

Encontro entre ministro Luís Roberto Barroso, do STF, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e o representante do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU para a América do Sul, Jan Jarabe, ocorreu nesta segunda-feira (30), em Brasília

Orlando, ministro Barroso e Jan Jarabe. Foto: Nelson Jr./ STF 

A violência policial que segue fazendo vítimas pelo país foi um dos pontos discutidos em reunião ocorrida nesta segunda-feira (30) entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e o representante do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU para a América do Sul, Jan Jarabe. 

Na última semana, o assassinato de Genivaldo Santos, em Sergipe, e a chacina da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, expuseram, mais uma vez, o alto grau de violência que atinge o Brasil. Os fatos foram noticiados pelo mundo e chocaram por sua brutalidade e por repetirem fatos graves já ocorridos anteriormente no país. 

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O encontro tratou também dos garimpos ilegais em terras Yanomami, despejos durante a pandemia, aumento da letalidade policial, desaparecimentos realizados por ação de agentes do Estado e a violência política. “Como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, insisto na importância de buscarmos meios para erradicar as diversas violências que o povo brasileiro enfrenta”, disse Orlando pelas redes sociais. 

Foto: Nelson Jr./STF

Durante a reunião, entre outras questões, Jan Jarab salientou que a ONU acompanha os casos de violência policial no Rio de Janeiro e outros envolvendo a Polícia Rodoviária Federal, como o caso de Genivaldo Santos, em Sergipe, e outro em Varginha (MG). 

Sobre isso, deputado Orlando Silva lembrou que o Brasil tem compromissos internacionais no âmbito dos direitos humanos que devem ser cumpridos. “É preciso investigar esses casos. A impunidade é nosso adversário”, apontou.

Os dois casos exigem medidas urgentes para enfrentar a violência policial e punir responsáveis por esse tipo de crime. No dia 25, Genivaldo Santos foi assassinado por agentes da PRF, em Umbaúba (SE). Ele foi vítima de asfixiamento dentro de uma viatura da corporação.

Já no dia 23, uma nova chacina no Rio de Janeiro, desta vez na Vila Cruzeiro, deixou ao menos 23 mortos, segundo dados oficiais. Esta foi a segunda chacina mais letal ocorrida no estado. Também em maio, em 2021, 28 pessoas foram mortas na favela do Jacarezinho.

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Por Priscila Lobregatte

Com informações do STF